Famílias passeiam na Quinta da Boavista e celebram Natal reunidas
Cariocas e turistas aproveitam feriado com mais flexibilização do que em 2020, quando ainda não havia expectativa de vacinação. 'No último Natal, o sentimento de medo foi protagonista. Esse ano está bem mais leve', diz visitante
Família da estudante de Marketing Andréia Correa se diverte na Quinta. Passeio no parque é tradição da família - REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Família da estudante de Marketing Andréia Correa se diverte na Quinta. Passeio no parque é tradição da famíliaREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Rio - Se o Natal passado foi de restrições, esse foi de reencontros. Com a melhora na situação da covid-19, famílias puderam se reunir dentro e fora do lar - em ambientes abertos, quem diria, até sem máscaras. O tempo colaborou no Rio, e a Quinta da Boa Vista recebeu neste sábado de Natal (25) a visita de turistas e cariocas celebraram com um bom passeio, depois de um ano tenso.
A baiana Sandra Ramos, 41, veio com a família da cidade de Luiz Eduardo Magalhães (BA), no oeste do estado, para visitar a irmã que mora no Rio há poucos meses. A programação, que começou na antevéspera do Natal, já teve passeio em Copacabana na sexta (24), e visita à Quinta neste sábado, com marido, mãe, irmã e filhos. "Apesar desse momento de epidemia gripal e da nova variante, a gente já consegue ficar em família. Pretendemos visitar o Cristo Redentor no domingo", conta a professora, feliz por ter passado um 25 de dezembro diferente daquele em 2020.
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"Nós passamos o Natal do ano passado com minha mãe, numa cidade bem interiorana da Bahia. Ficamos apenas entre nós. Estávamos numa tensão grande, ainda na expectativa da vacina para barrar o vírus que se alastrava de forma incontrolável. Esse ano trouxe calmaria para o Natal, a situação está sob maior controle. Já vemos portas se abrindo", diz, aliviada, Sandra.
Para a carioca Andreia Correa, o passeio na Quinta da Boa Vista serviu para relembrar a época de infância. Moradora do Maracanã, a estudante de Marketing era levada ao parque pela mãe, e hoje carrega o filho.
"Escolhi a Quinta porque gosto desse contato com a natureza. Trouxe meu filho, minha mãe e meus irmãos. Minha mãe tinha o hábito de nos trazer quando éramos pequenos, e fizemos essa recordação hoje. Ela tem 78 anos e há umas décadas que não vinha na Quinta", conta Andreia, que diz ter aprendido uma lição durante o ano e meio de dificuldades: compartilhar o amor.
"No último Natal foi muito complicado. O sentimento de medo foi o protagonista. Graças a Deus esse ano foi bem mais leve e tranquilo. Mantivemos os cuidados, mas estamos curtindo bastante. O amor por cada membro da família está mais declarado. Estamos felizes e agradecidos por cada momento juntos".
Para o cozinheiro Jânio Barros, a beleza deste Natal foi poder recusar festas e jantares por opção, e não por necessidade, diferentemente do ano passado, quando eventos eram bem mais restritos. Neste sábado de céu aberto, o morador de São Cristóvão foi com uma amiga e o filho dela à Quinta.
"Ano passado não tive qualquer encontro no Natal, neste eu já recebi muitos convites para a ceia do dia 24. Preferi ficar em casa para descansar, tenho trabalhado demais e onde eu encosto, durmo. Decidi pôr a cara na rua só no dia 25", brinca o cozinheiro, que apesar de saber que o uso de máscaras já não é mais obrigatório em ambientes abertos no Rio, permanece vigilante: ele foi um dos muitos moradores do Rio contaminados pela influenza - "levei uma surra dela", diz - e prefere manter os cuidados.
"Hoje foi o primeiro dia que sai sem máscara, mas sempre me obrigo a usar por cuidado pessoal. Aos poucos estamos conquistando certa coragem de sair, chegar mais perto das pessoas", diz Jânio.
Na Praça Mauá, Ana Carolina Araújo, 34 anos, e o marido, Lucas Marinho, 33, aproveitaram o dia de sol para levar os filhos para conhecer o Centro do Rio. O dia de Natal foi uma oportunidade para que eles pudessem apreciar um pouco mais a beleza da cidade. "Saímos de casa na intenção de ir à Feira de São Cristóvão. Mas, quando chegamos lá, estava fechado. Aí decidimos ir a Paquetá, mais a barca só sai às 17h hora e, para não perder a viagem, aproveitamos para dar uma volta no Centro. Mostramos a arquitetura para as crianças, relaxarmos um pouco e curtirmos o dia com o família, que está lindo e merece ser contemplado", contou Ana.
Por trabalhar como barraqueiro, dias de sol para Lucas e a família são raros. "Estamos amando o dia de passeio. As crianças estão encantadas com a arquitetura do Rio, com os navios e os helicópteros da Marinha! Eles estão em êxtase", afirmou Ana Carolina depois do dia como turista pelo Rio.
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