Força-tarefa precisou usar duas escavadoras para derrubar construções em loteamento irregularDivulgação

Rio - Uma operação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAC) e a Polícia Militar demoliu sete construções ilegais, no Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha, em Bangu, na Zona Oeste, no início da manhã desta quarta-feira. Os imóveis ficavam em um loteamento irregular em área de preservação ambiental. A área teria sido construída e vendido por milicianos que dominam a região. Duas pessoas foram encaminhadas para a delegacia. 
O terreno supostamente construído pelos milicianos tinha 20 mil metros e sete imóveis sendo construídos. Para derrubar as construções, a força-tarefa precisou utilizar dois tratores, já que existiam casas de classe média, de concreto armado com dois pavimentos, com estrutura para outros andares.  
Segundo o MPRJ, é possível que os imóveis tenham sido construídos por um grupo de milicianos que domina a região e cobra taxas de moradores e comerciantes, além de fornecer serviços irregulares como TV "Gato Net", internet, gás e de explorar o mototáxi local.
A força-tarefa faz parte de uma iniciativa criada em 19 de outubro que visa o combate à ocupação irregular do solo no Município do Rio de Janeiro e aos crimes relacionados nas áreas criminal, meio ambiente. As áreas de atuação principais abrangem bairros das zonas Oeste e Norte da cidade.
A PM confirmou que a região é alvo de grupos criminosos paramilitares que atuam na grilagem das terras na região, demarcando lotes, colocando piquetes e arames. O grupo aguarda o momento adequado e inicia a invasão e construção.

O secretário de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, Eduardo Cavaliere, alerta que as pessoas não gastem dinheiro e tempo tentando construir em áreas protegidas da cidade. "Estamos encerrando o ano como começamos: sem trégua para os criminosos ambientais", afirmou.
Outras ações
Antes da ação desta quarta-feira, na última semana, dia 22, a Força-Tarefa já havia participado da demolição de construções irregulares feitas pela milícia, na Muzema, Zona Oeste do Rio. Nos dias 26, 11 e 5 de novembro, ocorreram outras duas ações, onde foram demolidos um prédio em Rio das Pedras, apreendidas quatro retroescavadeiras hidráulicas usadas por milicianos em construções irregulares em Santa Cruz, e derrubada um imóvel em unidade de conservação de Campo Grande. 
A Força-Tarefa também atuou em outras duas demolições em outubro. A primeira delas no dia 28, quando esteve na ação que pôs abaixo a casa do braço direito de Adriano da Nóbrega, o miliciano Luis Carlos Felipe Martins, conhecido como Orelha. O imóvel ficava no Parque Natural Municipal de Grumari, na Zona Oeste, Unidade de Conservação de Proteção Integral.
No dia 22, participou ainda da demolição de dois condomínios no Parque Estadual da Pedra Branca, em Senador Camará. Os condomínios teriam sido construídos por organização criminosa com atuação na região.
Balanço em 2021
Somente no ano de 2021 a Secretaria do Meio Ambiente da prefeitura recuperou mais de 285 metros quadrados das organizações criminosas da cidade do Rio de Janeiro. Foram demolidas, desde 1° de janeiro, 152 estruturas — entre futuras residências e empreendimentos comerciais — em áreas de preservação permanentes ou unidades de conservação, em ações capitaneadas pela Secretaria de Meio Ambiente.