Vítor Reis de Amorim era lutador de boxe e muay thaiReprodução Instagram

Rio - A Polícia Civil irá fazer uma reprodução simulada para saber de onde partiu o tiro que matou o lutador Vítor Reis de Amorim, de 19 anos, na terça-feira (28), no bairro Patronato, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Parentes da vítima acusam a Polícia Militar de ter atirado contra o rapaz. A corporação nega. As armas dos policiais militares foram recolhidas para análise. 
Segundo a família, o jovem, que estava em um bar da região, tentou fugir para se proteger quando ouviu os disparos, mas testemunhas disseram que os policiais disparam contra ele. Além disso, relataram que não havia confronto no momento em que o rapaz foi atingido. O pai de Vítor Reis, Valdecir Ferreira, afirmou que o tiro atingiu as costas do filho e que ele era um menino trabalhador.
"Meu filho nunca perdeu uma luta, mas perdeu a vida para a polícia. A polícia chegou e atirou. É claro que quem escuta um tiro vai correr. Deram um tiro pelas costas de fuzil e minha esposa ainda foi humilhada pelos policiais, empurram ela. Minha esposa não sabia que ele estava baleado e pediu para ver ele. Nessa hora, os policiais falaram: 'se a senhora quiser ver filho, faz outro'", disse.
A data da reprodução simulada ainda não foi divulgada, mas, de acordo com os investigadores, será difícil descobrir de onde partiu o tiro que acertou Vítor. O motivo é que a bala que matou o jovem não foi encontrada.
De acordo com o delegado que acompanha o caso, Leonardo Macharet, da 73ª DP (Neves), o objetivo da reconstituição não é só saber sobre o projétil que atingiu o lutador, mas também esclarecer todos os pontos que levaram à sua morte.
O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, negou a versão dada pelo pai. "Os policiais informaram que de fato foram atacados e teve um confronto, segundo relatos da ocorrência. Houve uma fuga dos marginais que atacaram os policiais. Logo após o confronto foi encontrado uma pistola e também o jovem morto".