Álvaro Luis Luna foi sequestradoReprodução Facebook

Rio - André Luis Luna, de 34 anos, filho do aposentado Álvaro Luis Luna, de 57, que estava desaparecido desde o último dia 26, disse ter certeza que o corpo encontrado esquartejado e carbonizado em um matagal de Belford Roxo, que ele viu no IML de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é de seu pai. "São as mesmas características, mas ainda não dá para a perícia confirmar. Até agora só há três elementos colhidos, são necessários nove. Não dá para colocar o nome do meu pai no atestado de óbito".
André afirma ainda que Álvaro possuía uma marca na barriga, que foi resultado de uma cirurgia feita pelo pai anos atrás. "No IML eu vi essa marca. O corpo estava um pouco carbonizado, mas eu consegui ver".
O rapaz disse também que o aposentado não tinha inimizades no local onde morava. "Meu pai nunca teve rixa com ninguém. Ele não bebia. O único vício que ele tinha era o cigarro. Sempre foi trabalhador, era motorista de ônibus. Ajudou a subir água para o morro".
Procurada pelo DIA para comentar sobre as novas etapas do reconhecimento do corpo que está no IML de Nova Iguaçu, a Polícia Civil informou que aguarda uma resposta da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). "O corpo está sem condições técnicas no exame necropapiloscopico e será identificado tecnicamente por exame de confronto de DNA".
Entenda a história
Álvaro Luna teve sua casa invadida por traficantes, no bairro Shangrilá, em Belford Roxo, e ainda foi sequestrado pelos criminosos no último domingo (26). Inicialmente, informações davam conta que os bandidos teriam entrado no local para praticar furtos, mas decidiram roubar o carro da vítima, que acabou sendo levada junto. Eles ainda teriam roubado dinheiro e eletrodomésticos da residência.
Segundo testemunhas, o aposentado foi acusado pelos traficantes de ser delator. A família, portanto, contesta a versão apontada pelos criminosos e pede justiça.
Nesta segunda-feira (27), o carro do aposentado foi encontrado ao lado de um corpo esquartejado. O veículo estava sem pneus, com marcas de tiros e com parte das janelas quebradas. Após o crime, moradores fizeram um ato contra a crescente violência na região. A estrada Miguel Couto, uma das principais vias do bairro, foi bloqueada com entulhos incendiados pelos manifestantes.