Prisão de assaltante durante operação CapturaReprodução

No ano de 2021, o Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB) realizou três operações chamadas Capturas I, II e III, resultando em 142 prisões na região. O objetivo foi prender acusados de roubos de maneira geral, furtos, receptação, tráfico de drogas, homicídios e outros crimes, visando a diminuição da violência na região, que compreende 13 municípios. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a novembro de 2021, na soma geral de roubos (cargas, coletivo, veículo, transeunte, comércio e residência) houve uma queda de 11%, se comparados ao mesmo período de 2020. Para o diretor do DGPB, o delegado Giniton Lages, os números traduzem os resultados do trabalho da polícia na Baixada Fluminense.
"Os números que acompanhamos no dia a dia mostram que com as prisões o crime tende a diminuir, está nas estatísticas. Fora isso, tem a sensação de segurança que estas operações e prisões trazem para as pessoas. Toda vez que um criminoso é preso a população se sente mais segura. Ganha a Baixada Fluminense e o estado", diz o delegado.
Segundo dados do ISP, os roubos a transeuntes caíram quase 10% de janeiro a novembro de 2021, em relação a 2020. Os roubos de veículos registraram, no mesmo período, uma queda de 13%. Os roubos de carga, diminuíram 17,7%. Também houve queda de 20% nos números de roubos de celulares.
Outro crime em queda na região foram os homicídios. De janeiro a novembro de 2021 foram registrados 858 ocorrências. Uma baixa de 2,9% em relação ao mesmo período de 2020, que teve 884 mortes.
Apesar da queda no total de roubos em geral, algumas modalidades apresentaram aumento de registros. Os roubos a residências passou de 147, em 2020, para 227, em 2021. O aumento foi de 54%. Os roubos a estabelecimentos comerciais tiveram uma ligeira alta de 3%, passando de 671 registros, em 2020, para 691, em 2021. Já os roubos a coletivos também sofreu elevação de 2% no ano passado, se comparado com o ano anterior.
Captura em números
Ao todo, a operação Captura realizou 55 prisões por crime de receptação, 21 por roubo, 12 tráfico de drogas e 12 por homicídios. Oito pessoas foram presas por porte ou posse de arma de fogo e cinco por estelionato. Dentre as demais prisões estão acusados por crime ambiental, Lei Maria da Penha, extorsão, associação criminosa, furto e estupro de vulnerável.
Os crimes de maiores incidências nesta força-tarefa, que envolveu 19 delegacias, foi a receptação, que representou 38% das prisões, roubo, que teve 15%, seguida por homicídios e prisões por tráfico, ambas com 8% do total.
"Tão importante quanto descobrir o autor de um crime, é prendê-lo. Só assim eles saem de circulação e evitamos que voltem a cometer crimes. A Operação Captura é uma força-tarefa que visa prender criminosos. Com base em dados, nosso foco prioritário foi combater o roubo de maneira geral na Baixada Fluminense", afirma Giniton Lages.
Ele ressalta ainda para o número de pessoas que cometem o crime de receptação e alerta para a compra de objetos sem comprovação de procedência.
"O receptador, principalmente de celulares, tem sido nosso alvo de combate na Baixada Fluminense. O que alimenta o roubo é a existência do receptador. Não é possível se admitir mais este tipo de crime, seja do receptador simples, aquele que compra na internet sem procedência, ou aquele que comercializa e lucra com o produto roubado. Se não há comprovante do objeto, não compre pois isso configura crime de receptação. Se não houver o receptador, o roubador terá dificuldade de escoar o objeto de roubo".
Prisões importantes

Durante o ano de 2021, a operação Captura realizou importantes prisões. No que se refere aos crimes de roubo e receptação, algumas foram consideradas estratégicas pela polícia da Baixada Fluminense. 

Na área da 66ªDP (Piabetá), duas prisões de roubadores foram apontadas por Lages como responsáveis pela redução de crimes na região do 34ºBPM (Magé). De janeiro a novembro de 2021, a região teve queda de 33,2% nos índices de roubo a transeuntes, comparados com 2020. No total de roubos, a queda foi de 24,8%.

Em maio de 2021, Phelipe Barcelos, considerado pela Polícia Civil um dos maiores criminosos que atuava em Magé, foi preso. Ele é acusado de roubar carros, pedestres e estabelecimentos comerciais em diversos bairros do município. Em um dos casos, o bandido roubou o telefone celular de uma mulher. Ela contou o ocorrido a um mototaxista. Minutos depois, o ladrão ofereceu o aparelho para o mesmo mototaxista, que reconheceu a foto da vítima e questionou o acusado, que fugiu logo em seguida do local.

Na área de 52ªDP (Nova Iguaçu) a prisão da receptadora Thaise de Souza Maia, foi considerada fundamental. "Grande número de roubos a transeuntes o aparelho celular é objeto de busca pelos criminosos, em razão de existência de grande mercado por este bem que tem expressivo valor agregado e fluidez de compra. Só em junho do ano passado 100 aparelhos celulares foram recuperados e vários criminosos foram presos", relata o Lages.

Na área da 64ªDP (São João de Meriti), a operação teve foco nos roubos de coletivo, em especial no trecho que compreende a Rodovia Presidente Dutra. Só em julho de 2021 foram 109 registros de ocorrência de roubo em coletivo nesta região. Esta ação teve apoio da Polícia Militar e Rodoviária Federal. Em agosto cinco assaltantes foram presos. Os números de roubo em coletivo, que de janeiro a novembro de 2020 eram 6.794, passaram para 5.058 em 2021, uma queda de 25%.

O coordenador da DGPB revelou ainda que em 2022 a polícia vai realizar outras quatro operações Captura, uma a cada três meses, com meta de subir o número de prisões na Baixada Fluminense para 440. "A ideia é imprimir um ritmo ainda maior para continuar contendo o número de crimes, tirando esses criminosos de circulação seja miliciano, traficante, assaltantes ou receptadores. A Captura em 2021 obteve êxito e queremos intensificar este trabalho em 2022".