Maria Cristina Rodrigues dos Santos foi autuada após denúncia de racismoWhatsApp O DIA

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio concedeu liberdade provisória, nesta sexta-feira, para Maria Cristina Rodrigues dos Santos, 53, acusada por três mulheres de ter praticado racismo contra elas em uma agência bancária na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A decisão foi do juiz Rafael de Almeida Rezende durante uma audiência de custódia na 23ª Vara Criminal.
Na sentença, o juiz afirmou que a soltura de Maria Cristina "não colocará em risco a ordem pública" e que, mesmo que ela seja condenada futuramente, as circunstâncias do crime não serão o suficientes para uma eventual condenação em regime fechado.
Mesmo em liberdade provisória, Maria Cristina vai precisa comparecer mensalmente à Justiça e deverá informar uma eventual mudança de endereço. Ela também está proibida de se aproximar das vítimas. 
Relembre o caso
A acusada foi presa em flagrante por crime de injúria racial, na tarde da última quarta-feira (5), após três mulheres afirmarem terem sofrido discriminação dentro de uma agência do banco Bradesco dentro do Barra Shopping. Maria Cristina também teria feito os xingamentos na frente dos policiais. 
Segundo as irmãs Fabiana Garcia e Regina Garcia, elas estavam na agência por volta das 15h20, quando a mulher chegou visivelmente descontrolada e começou a ofendê-las. "Estamos aqui na delegacia, nós três, na delegacia da 16 (Barra da Tijuca). Sofremos racismo no Banco Bradesco por uma cliente que estava na fila. Agora, estamos aqui denunciando, porque racismo é crime e ela tem que pagar pelo o que ela fez, pelas palavras que ela falou, agredindo a gente chamando de 'negros', dizendo que 'negro quando não caga na entrada, caga na saída'. Isso não vai ficar assim", disseram em um vídeo já na delegacia.
Segundo os relatos, Maria Cristina começou a xingar outras clientes negras após não conseguir resolver uma operação bancária e furar a fila do caixa eletrônico.
As mulheres chamaram o segurança, que acionou os policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes). Segundo elas, Maria Cristina se recusou a ser levada para a delegacia e seguiu com as ofensas na frente dos PMs.
De acordo com o delegado Leandro Gontijo, da 16ª DP (Barra da Tijuca), Maria Cristina foi levada à delegacia por policiais militares e presa em flagrante pelo crime de injúria por preconceito. "O STJ definiu que não cabe fiança, então foi lavrado como prisão em flagrante. Informalmente, ela confessou que proferiu injúrias raciais nos termos em que as vítimas falaram. As vítimas foram ouvidas separadamente e foram depoimentos bem coerentes. O delegado adjunto William Bezerra não hesitou em aplicar a lei".