Garcia do Vidigal teria sido morto por cometer roubos não autorizadosDivulgação

Rio - Informações de um triplo homicídio, ocorrido no último sábado, no morro do Vidigal, Zona Sul do Rio, constam em um documento da Polícia Civil ao qual O DIA teve acesso. Nele, há os nomes e apelidos dos outros dois criminosos que teriam sido mortos ao lado do chefe do tráfico do Vidigal, Neversino Garcia. Apesar de corpos não terem sido encontrados, o caso é apurado pela 11ªDP (Rocinha).
Conforme a reportagem revelou, ontem, Garcia teria sido morto após o chefe do tráfico da Rocinha, John Wallace da Silva Viana, o Johny Bravo, reclamar junto à cúpula da quadrilha que o comparsa estava desrespeitando a ordem de não praticar assaltos. Garcia ganhou notoriedade após resgatar o traficante conhecido como Fat Family, de dentro da enfermaria do Hospital Souza Aguiar, em 2016.
De acordo com o documento, informações dão conta de que, além de Garcia, também foram mortos: Diego Reis Ferreira, vulgo Marcha Lenta; e Robert Fernandes da Silva, conhecido como Poodle.
Marcha Lenta já era investigado por tráfico de drogas pela Polícia Civil. Já Poodle ficou conhecido por ter assaltado, de terno, uma joalheria no Leblon, em 2018. Ele ameaçou a gerente da loja com uma arma e a obrigou a abrir o cofre. Um comparsa manteve um segurança rendido, do lado de fora. 
Johnny Bravo (de preto) rodeado por comparsas  - Reprodução
Johnny Bravo (de preto) rodeado por comparsas Reprodução
Núcleo de roubos na parte baixa do Vidigal
Segundo informações repassadas à Polícia Civil, a cúpula do Comando Vermelho proibiu assaltos em regiões perto de comunidades da facção para evitar operações policiais. No entanto,  há duas semanas, foi revelado, pela polícia, que integrantes do tráfico do Vidigal teriam realizado um assalto a uma residência de São Conrado, em julho.
O assalto foi visto por John Wallace da Silva, o Johnny Bravo, chefe do tráfico da Rocinha, como um descumprimento à ordem da cúpula.  Ao lado de Garcia (então chefe do tráfico da parte baixa do Vidigal) e Bilan (chefe da parte alta da mesma comunidade), Johnny explora a venda de entorpecentes na Zona Sul e Oeste do Rio. Ele levou o caso à cúpula da facção, pedindo providências.
No chamado 'tribunal do tráfico', por ter criado um núcleo de roubos na parte baixa, e ter realizado uma série de assaltos sem permissão, Garcia foi morto ao lado de Poodle e Marcha Lenta. Seus corpos teriam sido esquartejados e queimados na parte alta do Vidigal.
Após a morte de Garcia, o traficante Júlio Lira da Silva, conhecido como Buiú ou B1, teria assumido o seu lugar. O policiamento foi reforçado na região.