Governado do Rio, Claudio Castro, fala sobre as chuvas que atingiram Petrópolis nas últimas horasDivulgação

Rio - Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, o governador Claudio Castro (PL) informou que a prioridade neste momento é oferecer suporte financeiro, moradia e assistência para as 372 pessoas que ficaram desabrigadas ou desalojadas após a forte chuva que atingiu o município de Petrópolis.
O Governo espera completar o cadastro das pessoas em situação vulnerável para que possam receber um cartão para a compra de imóveis e demais necessidades até semana que vem. "Estamos fazendo um trabalho muito sério. Sabemos da dificuldade financeira do município, o governo vai entrar com o que for necessário aqui", afirmou Castro. 
Castro informou também que as buscas nas regiões vão continuar sem intervalo durante a noite. Até o momento da coletiva, a Defesa Civil havia confirmado 78 mortos e 21 pessoas resgatadas. Acompanhe os números atualizados em tempo real desta tragédia.
As equipes só vão parar em caso de novos registros de chuvas fortes. É esperado também que a quinta-feira (17) seja um dia melhor para as buscas, já que novos equipamentos e mais agentes estão chegando à cidade. Até o momento, as buscas contam com mais de 500 bombeiros, 200 policiais civis, 210 policiais militares, 9 helicópteros e 190 equipamentos, entre máquinas e veículos.
A Secretaria Estadual de Saúde também vai montar um centro de atendimento para distribuir vacinas antitetânicas, além de abrir novos leitos nas unidades de atendimento.
Pior chuva desde 1932
Na coletiva, Claudio Castro disse que as chuvas fortes que atingiram a cidade foi a pior desde 1932 e que ainda não é possível ter uma dimensão dos estragos. Caíram, ao todo, 240 mm de água em um período de 2 horas. "Foi uma chuva altamente extraordinária, uma tragédia histórica". O prefeito do município, Rubens Bomtempo, também esteve na coletiva ao lado de Castro.
Ainda segundo o governador, as sirenes funcionaram muito bem na noite dos deslizamentos. "Muita gente conseguiu sair a tempo. Infelizmente ainda há pessoas que resistem a sair de suas residências, mas a Defesa Civil conseguiu salvar muitas vidas com a manutenção das sirenes". De acordo com a Defesa Civil, foram 89 áreas atingidas e 26 deslizamentos.
Reforço da Polícia Militar em Petrópolis
Além dos policiais do 26º BPM (Petrópolis), que desde a tarde de terça-feira (15) trabalham em regime de mutirão, o Comando da corporação mobilizou efetivos de batalhões da região metropolitana e de municípios mais próximos do interior e de unidades de operações especiais e de policiamento especializado.

O Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) está atuando com 55 policiais militares capacitados para ações operacionais especiais, empregando uma Unidade de Controle de Distúrbios (UDC) e quatro equipes do GETEM – Grupamento Especial Tático em Motopatrulhamento.

O Comando de Policiamento Ambiental (CPAm) enviou 30 policiais militares habilitados em orientação em áreas de mata, além de uma equipe de motonáutica.

Para auxiliar as demais equipes de defesa civil, o Comando de Operações Especiais (COE) disponibilizou cinco veículos pesados que serão empregados em trabalhos de reboque, desobstrução de vias e remoção de barreiras. Já atuam na região uma retroescavadeira, um caminhão prancha, dois caminhões (um basculante e um convencional) e um caminhão munck, além de um carro-comando.

A Subsecretaria de Comando e Controle da SEPM disponibilizou uma antena móvel, um gerador portátil e 20 rádios portáteis com carregadores.

Todos os batalhões da Corporação montaram bases para recebimento de água mineral e produtos de higiene pessoal para atender os desabrigados pela tragédia de Petrópolis. A logística para o transporte dos donativos ficará a cargo das unidades.

A Diretoria de Assistência Social (DAS) da SEPM montará a partir de amanhã (17) uma base para atender policiais militares e familiares que residem na região e tenham sido atingidos pela tragédia.
Região Serrana viveu maior tragédia climática do Brasil, em 2011
No dia 11 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio foi palco da maior catástrofe climática do Brasil. De acordo com os dados do Ministério Público, 918 pessoas morreram, 30 mil ficaram desabrigadas e ao menos 99 vítimas seguem desaparecidas até hoje, após um temporal sem precedentes atingir cidades como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A chuva provocou avalanches de lama e muitas casas desabaram sob a força das águas carregadas de terra e entulho.

Na época do desastre, cerca de 850 mil toneladas de lama e entulho foram retiradas das ruas das cidades. Nos dez anos da tragédia, o governador Cláudio Castro decretou luto oficial e transferiu a sede do governo do estado para a Região Serrana. Em janeiro do ano passado, foi feita a promessa de investir mais de R$ 500 milhões em contenções de encostas, limpeza de rios e obras de infraestrutura em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal.