Prefeitura começa a vacinar as crianças, nesta segunda-feira (17), no Museu do Amanhã. Na foto, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, aplica a vacina no menino Davi Ribeiro AzeredoMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A cidade do Rio ainda aguarda uma posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a liberação dos autotestes, exames em que a pessoa com suspeita de covid consegue realizar em si própria para saber se está com o vírus. A comercialização do produto é proibida no Brasil, mas é autorizada em outros países do mundo. Durante a inauguração da campanha de vacinação infantil, no Museu do Amanhã, nesta segunda-feira (17), o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, chamou de "polêmica boba" o argumento de que a autotestagem pode gerar subnotificação, e afirmou que a cidade já tem uma plataforma na qual os cariocas conseguirão notificar seus casos. Na última semana, o Ministério da Saúde enviou nota técnica à Anvisa pedindo a autorização do produto.
Segundo o secretário, essa ferramenta de notificação é a mesma usada por farmácias e clínicas particulares. Cada caso é cadastrado com detalhes - se a pessoa tomou a vacina, se é reinfecção - e as informações são compartilhadas com o sistema federal. "A gente já tem essa plataforma para autonotificação. Ela é bastante simples. Isso é uma polêmica boba. É um aplicativo, dá para a pessoa baixar, não tem segredo nenhum. Na verdade, isso tem atrasado uma liberação que já acontece em vários países do mundo. O motivo real (de não liberar o autoteste) certamente não é esse", afirmou Soranz.
"A gente sempre insiste com o Ministério da Saúde para que facilite essa dinâmica de liberação, principalmente dos autotestes. O Ministério também já enviou um ofício para a Anvisa solicitando essa liberação. Agora temos de aguardar", completou o secretário.
Na última quinta-feira (13), a Prefeitura do Rio enviou uma solicitação formal à Anvisa pedindo a liberação dos autotestes para distribuir na rede pública de saúde e nas escolas do município. No documento, a pasta solicita urgência na liberação do exame e se compromete a fazer a distribuição na rede. Nesta segunda (17), durante a abertura da vacinação infantil, o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, voltou a pedir a liberação.
"A gente vem estudando o tema de autotestes já há bastante tempo na Secretaria de Educação, na Secretaria de Saúde. Nova Iorque, por exemplo, distribuiu quase dois milhões de autotestes para as pessoas e alunos, como uma forma extra de tentar combater a pandemia e evitar impactos na educação. E é exatamente o que a gente deseja fazer aqui. Porém, os autotestes são proibidos hoje no Brasil. O Ministério da Saúde disse que enviaria um pedido formal e demorou muito. Por isso nós fizemos uma carta manifestando formalmente com interesse da Prefeitura do Rio pedir por esses autotestes. Eu e o secretário Daniel Soranz assinamos essa carta. A ideia é que seja mais uma ferramenta e a gente consiga evitar com que o ensino presencial seja impactado", afirmou Ferreirinha.