Nathália Amanda Brasil e Ivo Gaudêncio estavam casados há mais de 10 anos e tinham dois filhos Reprodução / Redes Sociais

Rio - Preso suspeito de matar a esposa e atear fogo no carro com o corpo de Nathália Amanda Brasil Guedes Guerreiro, de 33 anos, dentro, Ivo Batista Gaudêncio, de 37, confessou o crime, que afirmou ter praticado durante uma discussão. Em depoimento à policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o suspeito afirmou ter agredido a mulher, que caiu desacordada, e decidiu carbonizá-la. 

O crime aconteceu no último dia 18, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas o corpo de Nathália só foi encontrado carbonizado dois dias depois, dentro do porta-malas do carro do casal, um Santana. Preocupados com o sumiço da mulher, amigas dela chegaram a registrar seu desaparecimento na 58ª DP (Posse), na tarde do dia 19, e a narraram na distrital que ela tinha medo do comportamento do marido, por ele ser um homem muito possessivo. Vizinhos também conversaram com O DIA e relataram frequentes agressões. 


Internado no Hospital da Posse com queimaduras pelos braços, pernas e abdômen, Gaudêncio mentiu para os policiais em um primeiro momento, dizendo que o casal havia sido sequestrado por criminosos da comunidade do Ben 10, que incendiaram o carro.
Entretanto, as investigações apontaram que a história era fantasiosa e imagens de câmeras de segurança flagraram ele caminhando no local. Ao ser confrontado em um segundo depoimento, o suspeito confessou o crime e que incendiou a mulher, que só estava desacordada, por ciúmes, por conta de mensagens que viu no celular dela.

O homem contou que na noite do dia 18, por volta das 22h, foi à estação de trem de nova Iguaçu para buscar a esposa, que estava voltando do trabalho, e encontrou com ela cerca de meia hora depois, quando ela chegou e se dirigiu ao carro, que estava estacionado próximo à Praça da Liberdade.

Segundo Gaudêncio, assim que encontrou Nathália ele já começou a questioná-la a respeito de conversas de Whatsapp que havia flagrado no celular e que os dois começaram a discutir. Ele ainda afirma que por conta da discussão, não quis seguir para a casa do casal, no bairro da Cerâmica, e seguiu por outro caminho.

Ao parar na Rua Luís Carlos, atrás de uma empresa de lubrificantes, Gaudêncio desceu do carro para jogar sacos de lixo fora, e sua a mulher teria falado que pensou que ele fosse matar ela e botar o corpo nos sacos.

Ainda de acordo com o suspeito, foi neste instante que ele empurrou a vítima fazendo com que ela batesse a cabeça na porta do porta-malas, que estava aberto, e ela caiu desacordada. Gaudêncio declarou aos policiais que pensou que Nathália estivesse morta. Ele afirmou que, desesperado, colocou o corpo da esposa no porta-malas, espalhou álcool em todos os assentos do automóvel e ateou fogo com um isqueiro que utilizava para acender seus cigarros.

Gaudêncio disse ainda que costumava andar com uma garrafa de dois litros cheia de álcool para utilizar como reserva de combustível para seu veículo, e que se surpreendeu ao ver que o fogo se alastrou rapidamente.

Suspeito procurou hospital no dia seguinte

Ao incendiar o carro, Gaudêncio também acabou se ferindo e teve queimaduras pernas, o braço direito e parte da barriga. Em seu termo de declaração, o suspeito afirmou que muito nervoso e com dor, saiu correndo em direção à Rodovia Presidente Dutra e fugiu em direção a Queimados.

Entretanto, as fortes dores impediram a sua fuga. Ele contou que ao ver uma poça de água em uma vala, deitou e ali permaneceu por algumas horas. Segundo Gaudêncio, após um certo tempo, ele se levantou, foi até a beira da estrada para tentar pedir socorro, mas não aguentou o calor e voltou para a vala.

O homem só deu entrada no hospital na manhã do dia seguinte, após uma mulher que passava pelo local acionar o socorro.