Pais de alunos do CAp Uerj convocam ato contra adiamento de retorno presencialReprodução

Rio - Pais e responsáveis de alunos do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj) marcaram para a manhã dessa quinta-feira (27) uma manifestação em frente ao novo prédio da instituição, na Rua Barão de Itapagipe, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Os manifestantes vão protestar contra o adiamento do retorno escolar, que estava previsto para o dia 7 de fevereiro. O ato está marcado para as 8 horas.
"Queremos que o direito dos nossos filhos seja respeitado! Já são dois anos sem aulas presenciais no CAp UERJ, uma das principais Instituições públicas de educação nesse país. O CAp UERJ vem deixando crianças e adolescentes completamente desamparados pedagogicamente e psicologicamente doentes. Transfere a responsabilidade do ensino das crianças aos responsáveis. Deixa os adolescentes do ensino médio despreparados para o Enem", diz uma nota divulgada pelo grupo.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu, na segunda-feira (24), manter a suspensão das atividades presenciais até o dia 15 de fevereiro. De acordo com a instituição, a medida foi tomada por conta do aumento de casos provocados pela chegada da variante Ômicron, da covid-19, desde o fim de 2021. Todas as atividades não essenciais estão incluídas na lista de atividades adiadas. As aulas devem ser feitas em modelo remoto até que as atividades presenciais retomem.
O grupo de pais e responsáveis insatisfeitos com o adiamento do retorno defende que a educação básica seja considerada essencial.
Avó de uma aluna do quinto ano do Ensino Fundamental, Fátima Montenegro, 60, diz que a neta fica frustrada ao ver que colegas da rede municipal e privada já retornaram às escolas. 
"Ela vai fazer 12 anos em abril e está muito abatida e triste. Desde o ano passado já vê crianças de uniforme, e ela em casa. A gente tenta passar tarefa, conta, ditado. Mas não substitui. Minha filha trabalha o dia inteiro, chega cansada em casa e precisa cuidar de casa. Eu só avó. No começo tentei, mas é complicado porque não tenho atrativo da escola", afirma Fátima, que conta que a neta chegou a pedir para ser matriculada em uma escola particular.
Mãe de um aluno do CAp, Roberta Sperle,41, também reclama do adiamento. "Eu e outros responsáveis estamos juntos desde o ano passado pleiteando o retorno. Queríamos o retorno presencial ano passado. Tenho um filho de 10 anos, era para já estar entrando no quinto ano, mas ainda vai terminar o quarto. Muitos responsáveis contrataram transporte, se mudaram para perto da escola, foi toda uma movimentação na certeza de que o retorno seria no próximo dia 7", diz a responsável.
A Uerj informou que conforme informativo publicado no portal da universidade, o retorno das atividades presenciais no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp) foram adiadas para proteger o corpo escolar contra o avanço da variante Ômicron no Rio de Janeiro.

O Ato de Decisão Administrativa (Aeda) 07/2022, que teve como base a Nota Técnica emitida pela Pró-reitoria de Saúde (PR5), destaca que houve um incremento na incidência da infecção pelo SARS-Cov-2, nas últimas semanas, resultante da circulação da variante Ômicron no Rio de Janeiro. E ressalta, ainda, que a epidemia de Vírus da Influenza A Subtipo H3N2 na capital fluminense pode levar a casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pessoas de alto risco, condição que poderá sobrecarregar as unidades de saúde do município.

A instituição também ressalta que o corpo estudantil do CAp ainda está apenas parcialmente imunizado contra a Covid-19.

A previsão é para o retorno às aulas presenciais a partir de 15 de fevereiro, tão logo a situação epidemiológica se mostre segura para alunos, docentes, técnicos e familiares, finaliza a Uerj em nota.