Estimativa é de que a pandemia tenha aumentado em 18% o número de crianças em situação de trabalho infantil no RioImagem de internet
"Esse projeto mostra que é possível trabalhar em parceria, a Prefeitura e a iniciativa privada, para reverter essa dinâmica tão ruim que se formou com a fome, a miséria. Não é um tema simples, mas estamos começando", disse a secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro.
Esse primeiro núcleo conta com profissionais (um assistente social e quatro educadores) contratados pela empresa do shopping que farão a abordagem, acolhimento e os encaminhamentos das crianças e adolescentes para a rede de proteção da Assistência Social, de maneira que recebam os cuidados e o acompanhamento familiar. Assim, o núcleo trabalhará integrado às equipes dos CRAS e CREAS da região.
"O próprio Estatuto (da Criança e do Adolescente) é muito claro ao estabelecer que a responsabilidade pela causa da infância e da juventude é uma responsabilidade solidária, que tem necessariamente que envolver a família, o poder público e a sociedade civil. Hoje estamos diante de um exemplo concreto da materialidade dessa responsabilidade solidária", declarou a promotora Agnes Mussliner, da 9a Promotoria da Infância e da Juventude.
A primeira ação de mapeamento no entorno do shopping identificou 16 adolescentes entre 14 e 17 anos em situação de trabalho infantil, vendendo balas e outros doces. A maioria deles residentes nas comunidades do Jacaré e de Manguinhos. O trabalho do projeto está sendo encaminhá-los para que prossigam seus estudos, aperfeiçoem suas relações familiares e, nos casos indicados, se tornem beneficiários de programas como o Jovem Aprendiz.
Na abertura do núcleo Deixa Eu Ser Criança, além do gestor do shopping, Thiago Pampurre, estava presente o delegado Deoclécio Assis, da 23 ªDP (Méier).
A estatística mais recente, do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), é de 2019 e mostra que existiam mais de 34 mil crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil no Rio de Janeiro. Com a pandemia, a estimativa é que esse número tendeu a um crescimento de 18%.
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