'O que aconteceu foi uma covardia, porque meu irmão era trabalhador', disse Fabiana, irmã de Durval TeófiloReprodução / TV Globo

Rio - Fabiana Teófilo ainda tenta se recuperar da morte violenta do irmão, Durval Teófilo, de 38 anos, na última quarta-feira. "O que aconteceu foi uma covardia, porque meu irmão era trabalhador. Meu irmão nunca encostou em nada de ninguém", disse em entrevista ao RJTV, da TV Globo. O repositor chegava do trabalho, em São Gonçalo, quando foi alvejado por três tiros disparados pelo vizinho, Marco Aurélio Alves Bezerra, sargento da Marinha.
"Minha mãe criou três filhos sozinha e nenhum seguiu vida errada. Ele era o único irmão que eu tinha e acontece um negócio desse? Ele tira a vida do meu irmão? Aí vai dizer que é legítima defesa? Não tem como. Meu irmão não tinha arma, meu irmão veio do serviço, ele veio do trabalho. Ele chegou em casa onze horas da noite", desabafou Fabiana.
Durval chegou a ser socorrido pelo atirador, mas não resistiu e morreu no Hospital Estadual Aberto Torres pouco depois de 23h30. Marco Aurélio foi preso e indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Fabiana diz que o ataque só aconteceu porque o irmão era negro. "Será que fosse um branco andando e mexendo na mochila, tinham atirado no meu irmão três vezes? E ele falando que ele era morador do condomínio? Será? Eu duvido. Eu duvido muito”, desabafou a irmã da vítima.
Imagens do circuito do sistema de segurança mostram o momento em que Durval chega e abre a mochila. Na sequência, de dentro do carro Aurélio efetua disparos contra a vítima. O militar desembarca e atira mais duas vezes contra Durval, que já estava caído no chão.
A Marinha do Brasil emitiu uma nota informando que tomou conhecimento da ocorrência e que está colaborando com os órgãos responsáveis. "A MB lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares da vítima", disse.