Moïse foi vítima de uma barbárieDivulgação

Rio - Órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Agência das Favelas e a Frente Nacional Antirracista realizaram, nesta terça-feira (8), um ato em memória de Moïse Kabamgabe na Cidade Nova, no Centro do Rio. O congolês foi espancado até a morte no último dia 24 de janeiro, no quiosque onde trabalhava, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. 
O ponto inicial do encontro foi na sede do Circo Crescer e Viver, em frente ao metrô Praça Onze, e teve como tema central o debate da criminalidade na agenda do Rio para o século XXI. Participaram do protesto o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, de Luciano Bandeira, presidente da OAB RJ e Rita Cortez, presidente do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB). 
O ato foi realizado em conjunto com as entidades IDG, Companhia de Dança Deborah Colker, Cinema Nosso, CUFA, Frente Favela Brasil, Agência de Redes para a Juventude, Nós do Morro, ANF, Casa Fluminense, Mídia Ninja, APTR e São Carlos Ativo.
Quiosques na Barra da Tijuca serão transformados em memorial a Moïse e à cultura africana
Os quiosques Tropicália e Birutas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde o congolês Moïse Kabagambe foi espancado até a morte, no dia 24 de janeiro, vão ser transformados em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana. O projeto é da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, responsável pela gestão do contrato de concessão de quiosques da orla marítima do Rio, em parceria com a Orla Rio, concessionária que opera os estabelecimentos.
Segundo a secretaria, a iniciativa tem o objetivo de promover a integração social e econômica de refugiados africanos e reafirmar o compromisso da cidade com a promoção de oportunidades para todos. "O que aconteceu foi algo brutal, inaceitável e que não é da natureza do Rio. É nosso dever ser uma cidade antirracista, acolhedora e comprometida com a justiça social", disse o secretário Pedro Paulo.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) já identificou três homens envolvidos na morte de Moïse: Fábio Pirineus da Silva, conhecido como Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, de apelido Tota. Eles foram presos, temporariamente, por 30 dias, nesta quarta-feira. Os três foram indiciados pela DhC por assassinato duplamente qualificado por conta do meio cruel e por não ser possível a defesa da vítima.
Na versão dos presos, o espancamento ocorreu após Moïse tentar pegar cerveja do quiosque Tropicália, onde já havia trabalhado, e ameaçar um funcionário idoso, de nome Jaílson. No entanto, a família afirma que a briga teria começado após ele cobrar diárias atrasadas. A motivação para o crime ainda é apurada pela Polícia Civil.