Trio que espancou o congolês Moïse é transferido para presídioMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Os três homens presos pela morte do congolês Moïse Kabagambe foram transferidos, na tarde desta quarta-feira, para o presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, onde passarão por uma triagem. Eles vão responder por homicídio duplamente qualificado — por impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel.
O Plantão Judiciário da Capital havia determinado, na madrugada desta quarta-feira, a prisão temporária de Fábio Pirineus da Silva, conhecido como Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, de apelido Tota. Os três foram indiciados pela Delegacia de Homicídios da Capital pelo assassinato, duplamente qualificado, de Moïse. As qualificações foram por conta do meio cruel e por não ser possível a defesa da vítima.
Moïse, que entrou no Brasil como refugiado, em 2011, teve as mãos e os pés amarrados e foi espancado com um porrete de madeira até a morte no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no dia 24 de janeiro. Uma perícia no corpo de Moïse indica que a causa da morte traumatismo do tórax com contusão pulmonar e também vestígios de broncoaspiração de sangue. O documento revela lesões concentradas nas costas e o tórax aberto, com os órgãos dentro.
Conforme O DIA divulgou, o trio de agressores foi identificado pelo proprietário do quiosque Tropicália, onde ocorreu o crime, através de apelidos. O proprietário, que não estava no local no momento das agressões, cedeu as imagens do circuito de câmeras para a polícia e não teve participação no crime, de acordo com a polícia.
Belo e Tota trabalhavam em barracas na areia da praia; Dezenove era funcionário do quiosque vizinho. Os três teriam agredido Moïse, que já estaria embriagado, após o congolês tentar pegar mais cerveja da geladeira do Tropicália. Ele havia sido dispensado do trabalho no mesmo quiosque cinco dias antes, após ficar embriagado no turno do serviço, segundo o proprietário. Desde o dia 20, no entanto, ele trabalharia no quiosque vizinho.
Apesar disso, a família afirma que a briga teria começado após ele cobrar diárias atrasadas. A Polícia Civil ainda apura a motivação do crime e as investigações continuam.