Vacinação infantilMARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA

Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu, nesta terça-feira (1º), 201.880 doses da CoronaVac destinadas à vacinação contra a covid-19 das crianças com idades entre 6 e 11 anos. O município do Rio aguardava a chegada de um novo lote do imunizante para retomar o calendário, interrompido na segunda-feira (31). A previsão era de que a aplicação voltasse a acontecer para o público de 7 e 6 anos, a partir da sexta-feira (4).

Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais na noite de ontem, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, reforçaram a importância da vacinação do público infantil. A campanha foi, até agora, a que teve menor adesão da história da vacinação da cidade do Rio, com apenas 39% das crianças entre 8 e 11 anos contempladas. O secretário atribui a situação às "notícias falsas" sobre supostos efeitos adversos e "contradições promovidas pelo governo federal".

No vídeo, Paes também fez um apelo para que os cariocas elegíveis procurem os postos para receberem a dose de reforço contra o novo coronavírus. "O nosso pedido, o nosso apelo, por mais surreal que ele possa parecer a essa altura do campeonato, é: toma sua dose de reforço. A maioria das pessoas já está elegível para tomar a terceira dose, pelo menos as pessoas que correm mais risco, todas já podiam ter tomado a terceira dose. Vacinem seus filhos, pelo amor de Deus!", pediu o prefeito.

De acordo com a atualização das 10h30 desta quarta-feira (2) do Painel Rio COVID-19, 87,7% da população total já recebeu a primeira dose, 82,4% completou o esquema vacinal e 35,1% está com a dose de reforço. O Rio segue oferecendo a primeira dose para pessoas com 12 anos ou mais e crianças de 5 a 11 anos com deficiência ou comorbidades.

O município também aplica a segunda dose de acordo com a data do comprovante; a dose de reforço para maiores de 18 anos que tenham tomado a segunda dose há quatro meses ou mais, e a dose adicional para maiores de 18 anos que tenham imunossupressão e já receberam as três doses no esquema primário. Também nesta terça-feira, o estado recebeu 249 mil doses da vacina da Astrazeneca.

Ainda durante a live, Soranz chamou atenção para o número de não vacinados entre os internados na rede municipal de saúde. Segundo ele, 88% dos pacientes com síndrome respiratória aguda não tomaram a dose de reforço e, entre eles, 46% não receberam nem a primeira dose. Segundo o painel, há 504 internados e duas pessoas aguardando vaga por leitos. Para o prefeito, os não vacinados causam prejuízos ao sistema de saúde.

"Nós temos preocupação com a sua vida, por mais que você seja uma pessoa delirante e que acredita que a Terra é plana e não acredita na vacina. A gente faz isso por amor à sua vida, por amor à saúde pública, porque toda hora que você ocupa um leito no hospital, mesmo que você não vá a morte, a gente vai trabalhar muito para que você não ir a óbito, a gente está deixando de fazer uma cirurgia eletiva, a gente está gastando um dinheiro que a saúde não tem para uma pessoa que se vacinou, cuidou da sua saúde, e está com uma hérnia e não consegue operar. Vacina não faz mal nenhum, ninguém virou jacaré, está todo mundo ótimo e vamos salvar vidas", declarou Paes.
Ômicron

Segundo o secretário de saúde, a variante Ômicron tem se comportado no Rio de Janeiro da mesma forma como ocorreu em outros países, onde teve duração de quatro semanas. De acordo com ele, a disseminação ocorreu de forma intensa, com mais casos de covid-19 no primeiro mês de 2022 do que em todo os anos de 2020 e 2021. Entretanto, a positividade nos testes vem apresentando queda nas últimas duas semanas. Nesta semana, até o momento, a taxa é de 34%, e na passada foi de 36%. Nas duas semanas anteriores a essas, as taxas ficaram em 43% e 45%.

"De duas semanas para cá, na mesma velocidade que subiu, a gente vem tendo queda. Essa semana, a gente começou a ver uma queda mais acentuada. Claro que não é para a gente relaxar, a gente tem uma nova variante, um cenários preocupante, não é uma coisa para você relaxar, deixar de utilizar máscara, deixar de se cuidar. As regras estão mantidas", reforçou Soranz.