Foi determinado modelo semipresencial por conta dos dias ininterruptos de bandeira amarela/vermelha no Rio Arquivo Pessoal

Rio - Estudantes, pais de alunos e servidores realizaram, na manhã deste sábado, um protesto em frente à reitoria do Colégio Pedro II, no campus de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. Os manifestantes reivindicam a volta às aulas presenciais na instituição, que diferente das escolas municipais, estaduais e particulares, que começaram o ano letivo presencialmente nesta segunda (7), aprovou nesta sexta-feira (11) a adoção do modelo semipresencial. Por conta do ato, uma faixa da Rua Campo de São Cristóvão ficou ocupada e só foi liberada por volta das 13h15. 
"O ponto principal era a volta 100% presencial, pois as aulas remotas já não ajudam em mais nada e sentimos que há uma desigualdade cada vez maior em comparação aos estudantes das demais redes que já retornaram. Então, estávamos reivindicando a educação de qualidade e lutando contra a evasão escolar que vem se mostrando cada vez mais presente nos últimos tempos e contra esse sistema injusto!", afirmou Lívia Marinho, de 17 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio e integrante do Grêmio Estudantil do colégio. 
A insatisfação vem se arrastando desde o último dia 2, quando o Conselho Superior (Consup) do CPII decidiu adiar o retorno que havia sido marcado para o dia 7. Antes da mudança, os alunos estavam indo à instituição a cada quinze dias em horários de contraturno. A decisão desta sexta-feira foi tomada durante uma reunião do Conselho Superior (Consup) do CPII que durou cerca de cinco horas e terminou com 12 votos contra o retorno pleno e 5 a favor.
Sendo assim, foi determinado que o modelo semipresencial deve ser adotado por conta dos sete dias ininterruptos de bandeira amarela/vermelha no Rio de Janeiro em relação à covid-19. Com isso, haverá uma divisão em 50% dos estudantes das turmas, em grupos A e B, com alternância da presença semanal de cada um dos grupos no turno dos estudantes. As aulas retornam dessa forma a partir da próxima segunda-feira (14). Uma nova reunião, no dia 25, vai decidir as condições do ensino. 
"Tudo já voltou! A rede privada, municipal e estadual estão funcionando! É realmente uma vergonha a maneira que o Colégio Pedro II vem enrolando a comunidade estudantil e seus próprios alunos! Nós somos o motivo da existência desse colégio, e queremos que nossas aulas presenciais retornem em 100% de uma maneira segura, justa e igualitária para todos! (...) Hoje mostramos que já estamos nas ruas, estar na escola não seria diferente. O ato e a movimentação dos estudantes expressa a nossa indignação", se queixou a aluna, que afirmou que além dos prejuízos com a educação, teme que a escola sofra cortes de recursos. 
"A educação vem sofrendo muitos cortes pelo atual governo e com a escola fechada não podemos fazer nada, não podemos lutar contra essa situação. Continuando fechadas, as instituições federais só irão sofrer cortes atrás de cortes. Sentimos que não há mais a necessidade de continuarmos de forma híbrida ou remota, pois já estamos vacinados e muitas coisas continuam funcionando normalmente, e se a gente depender disso, nunca mais a escola abrirá."