Felino chegou na veterinária com ferimentos e sinais graves da falta de alimentação e de hidrataçãoDivulgação

Rio - A gata resgatada por bombeiros sob lama e escombros em Petrópolis, na Região Serrana, na manhã desta quarta-feira, nove dias após tragédia na cidade imperial, está em estado grave. A felina de cinco anos foi encontrada com vida soterrada próximo à Rua Sargento Boening, um dos principais pontos de deslizamento provocados pelas chuvas da última terça-feira (15). 
Militares seguiam indicações de moradores vizinhos aos locais atingidos na rua, quando encontraram a felina. A gata sobreviveu nove dias sem alimento e água soterrada por lama e escombros, mas a falta dessas condições desencadeou problemas além das lesões no corpo. Segundo veterinário que cuida do animal, Guilherme Mayorga, a condição da gata é delicada.
"Temos dado todo o suporte. Por mais que os felinos sejam animais bem resistentes, no caso da Vitória só pode ter sido Deus, porque um animal que fica tanto sem se hidratar e sem se alimentar pode desenvolver lipidose hepática, que é uma doença grave comum em felinos. Mas alguns resultados dos exames foram bons", afirma Mayorga, que é responsável pela Clinipet Veterinária Popular, no bairro Alto da Serra.
De acordo com o Governo do Estado, o programa RJPet, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, dará assistência ao felino até que ele se recupere. Após o tratamento, o felino deve ser enviado para um lar temporário até que encontre um tutor. 
Desde o início das ações de salvamento na Cidade Imperial, pelo menos 200 animais foram resgatados, das áreas atingidas por deslizamentos de terra em Petrópolis. Alguns desses, eram resistentes a sair do local onde viviam com seus donos e precisaram ser contidos no local.
As ações de resgate são feitas por meio da atuação em parceria entre a Secretaria Estadual, responsável pelas políticas Públicas de Proteção e Bem-estar Animal (RJPET), o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRADE) e ONGs, protetores, moradores e voluntários. Segundo Carla Assis do GRADE, o cenário é bem parecido com a tragédia de 2011 na Região Serrana.

"A situação realmente é um cenário de guerra. Nosso trabalho é resgatar os animais atingidos, e principalmente dar assistência às famílias, para que não sejam mais uma preocupação nesse momento tão difícil", disse Carla Assis.