Rio - O Rio de Janeiro completa 457 anos de história nesta terça-feira, dia 1º de março. Mundialmente conhecida por suas belezas naturais, a cidade também possui uma preciosidade que ilumina o local: os cariocas. Seja uma personalidade famosa ou um cidadão anônimo, o amor pelo Rio é visto em todos que nasceram ou chegaram para viver por aqui.
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Outro sentimento comum na cidade é a alegria. Falando nisso, é impossível esquecer do sorriso de Renato Luiz, 58 anos, também conhecido como "Gari Sorriso". Como o próprio nome já evidencia, ele ficou famoso pela felicidade ao trabalhar pelas ruas do Rio. Dessa maneira, já até levou sua energia contagiante para o desfile no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
“Eu amo o Rio. Essa cidade que acolhe, que festeja o seu povo, que recebe muito bem quem chega. O Rio merece respeito pelo povo, por tudo. Eu amo essa cidade, eu amo cuidar do Rio, zelar pelo Rio. Sou apaixonado", disse Roberto 'Sorriso'.
No assunto de desfile, ninguém entende mais que a professora, figurinista e carnavalesca Rosa Magalhães, 75 anos. Em sua trajetória, são sete títulos estaduais no desfile das escolas de samba, sendo a maior campeã da Marques de Sapucaí. Ela também falou sobre a cidade em que nasceu.
“O Rio é a minha casa. Quando eu viajo, quando eu pego o avião no Galeão e lá do alto passando pela cidade, vendo todos os cartões postais eu me sinto privilegiada de viver nessa cidade que em cada esquina tem uma história pra contar. Eu gostaria de dar um presente de mais amor, cuidado, educação, moradia de qualidade, muitas outras coisas, toda uma infraestrutura para o povo. Um presente de mais valorização a essa cidade que encanta a todos”.
O samba faz parte do dia a dia carioca. Sendo assim, a voz da sambista Tia Surica, 81 anos, é ouvida em diversas moradias pelo Rio. Baluarte da Portela, ela teve sua feijoada, oferecida na agremiação, decretada como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro. Ao lado da escola, a cidade também tem espaço guardado no seu coração.
“Eu tenho um amor muito grande pelo Rio de Janeiro. Sou nascida e criada aqui. Apesar da violência e das indiferenças que ainda existem, o Rio continua lindo! E se eu pudesse dar um presente ao Rio eu daria a paz! Para pararem de tentar destruir a maravilha que essa cidade", contou a Iranette Ferreira Barcellos, popularmente conhecida como Tia Surica.
Já o artista de rua Roberson Martins, 44, foi criado em Diadema, São Paulo, e chegou no Rio 15 anos atrás. Há dozes, ele começou a performar como o "Charles Chaplin carioca". Suas vestimentas e a semelhança com o ator americano atraem curiosos, que se enchem de alegria depois das performances. Roberson garante que o acolhimento aos turistas deixa a cidade ainda mais bonita.
"O Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa. Às vezes, até me entristeço quando vejo alguém falar mal. Algumas pessoas falam 'é muito perigoso'. Eu gosto de dizer que perigoso é no Rio, em São Paulo, na Bahia, Minas Gerais... Em qualquer lugar do Brasil. No entanto, temos tantas belezas na nossa cidade. As pessoas precisam falar mais das coisas boas que temos aqui. Quando os turistas chegam aqui, são bem recebidos e bem tratados", disse o artista.
O Rio também impressiona aqueles que estão há ainda mais tempo. Maria da Glória tem 71 anos de vida e de Realengo, bairro na Zona Oeste do município. Mesmo com todas as mudanças que viu no local, o amor pela cidade natal continua vivo. Inclusive, já até comemorou seu aniversário no Cristo Redentor. Além disso, a maior parte dos seus 7 filhos, 24 netos e 6 bisnetos continuam morando no mesmo bairro.
"Sou de Realengo há 71 anos e gosto muito da comunidade onde eu moro. Quando eu nasci, comecei a me entender e engatinhar, eram só duas ou três casas e uma fazenda no lugar. Hoje, não tem espaço para fazer mais nem um 'barraquinho' lá, de tanto que cresceu. Tenho muita alegria e prazer de morar em Realengo. Podem ir lá que vão conhecer toda minha família! Sou muito feliz por isso", contou Maria Glória, que saiu de casa para aproveitar a tarde ensolarada na Praia Vermelha, Urca.
Carla Regina, 40 anos, é professora e sobrinha de Maria da Glória. Evidentemente, também nasceu em Realengo e mora no bairro desde então. Ao contrário de sua tia, ela nunca foi ao Cristo Redentor, mesmo tendo muita vontade. Para compensar, ela contou que já andou algumas vezes no bondinho do Pão de Açúcar. Mesmo não conhecendo todos os locais mais famosos, ela deixou claro seu amor pelo Rio.
"Sou carioca da gema! Amo o Rio de Janeiro. Temos cada ponto turístico lindo. As praias são maravilhosas e não quero sair daqui para lugar algum. Nossa Cidade Maravilhosa está de parabéns."
Quem também não pensa em deixar o Rio de Janeiro é o ambulante Claudio Vieira, 65 anos. Ele trabalha na Praia de Copacabana há 46 anos vendendo o seu famoso cuscuz. Turistas param para provar e muitos viram clientes assíduos. Fátima Barbosa, 60, e Luzia Mello, 56, moram em Brasília, mas compram com o Claudio sempre que estão no Rio. O vendedor conta que estrangeiros já levaram o cuscuz até para outros países.
"Eu sou apaixonado pelo Rio de Janeiro. Nasci no bairro de Olaria e sempre trabalhei aqui na Praia de Copacabana, desde os 16 anos de idade. Para mim, isso é um paraíso. Se Deus criou alguma coisa mais linda, Ele guardou só para ele. O meu cuscuz já foi para a Espanha, Portugal, República Tcheca... Eu e minha esposa fazemos em casa com muito amor. Me sinto privilegiado por esse sucesso!"
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