Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, presidiu a missa de aniversário do RioREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Com fé e declarações de amor ao Rio, missa no Cristo celebra os 457 anos da cidade
Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, lembrou da solidariedade dos cariocas com os moradores de Petrópolis, após a tragédia das chuvas. Corcovado recebeu visitas de cariocas e turistas
Rio - O tempo colaborou com um dia de céu azul, e cariocas e turistas que estiveram na manhã desta terça-feira (1°) no Cristo Redentor para comemorar os 457 anos do Rio de Janeiro puderam apreciar com os próprios olhos a beleza da cidade. O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu uma missa em Ação de Graças pelo aniversário da capital fluminense.
Baiana de nascimento e carioca de coração, Marinalva Raimunda dos Santos, de 74 anos, voltou ao Cristo Redentor depois de muitos anos e se encantou como da primeira vez em que esteve no Rio. "Eu vim ao Cristo a convite do meu pároco, da igreja Nossa Senhora da Conceição, da Tijuca, e para mim está sendo uma maravilha. Irei participar da procissão de aniversário, levando a imagem de São Sebastião, fazendo parte dessa festa", disse ela. Durante a missa, ela entregou uma das imagens de São Sebastião ao prefeito Eduardo Paes.
"Estou no Rio há mais de 60 anos, e para mim é muito, muito emocionante estar aqui. Tinha vindo uma primeira vez há décadas atrás, mas sequer consegui subir até o fim. É uma alegria comemorar a cidade do Rio de Janeiro aqui no Corcovado", completou Marinalva.
Gabriel Fernandes, de 34 anos, visitou pela primeira vez o monumento e tratou o passeio como um "dia inesquecível". Ele foi acompanhado da esposa Elaine Fernandes. "Eu não sou natural do Rio, sou do interior do estado, mas já ha quase dez anos trabalho e moro aqui. A experiência de visitar o Cristo foi incrível. A paz desse lugar e a vista da cidade são indescritíveis. Apesar de não ter nascido aqui, me considero um pouco Carioca", disse Gabriel.
O presidente-executivo do Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB), Carlos Werneck, destacou a retomada do turismo na cidade. A fundação promoveu um café da manhã com autoridades, antes da missa. "O setor de turismo viveu dois anos muito difíceis com as restrições impostas pela pandemia, mas agora já conseguimos perceber bons sinais de recuperação. Bares e restaurantes, hotéis, atrações e serviços turísticos conseguiram se adaptar bem aos protocolos sanitários e, aliados ao crescimento constante na adesão à vacinação, oferecer uma experiência segura aos visitantes. Com certeza, temos muito a comemorar neste aniversário da cidade e o local não poderia ser mais especial", disse
Durante a missa, o prefeito Eduardo Paes fez a leitura de um trecho da Primeira Carta de Pedro. Ao lado de Padre Omar, reitor do Santuário do Cristo e colunista do DIA, o arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta ressaltou a solidariedade como marca do povo carioca, especialmente em momentos de dor como a tragédia de fevereiro em Petrópolis, que deixou mais de 200 mortos.
"Vimos com a tragédia com os nossos irmãos de Petrópolis que cariocas são solidários e gostam de partilhar com as pessoas. É uma pena que não aconteça sempre. Não precisamos que tenha sempre desastre para fazer isso. É importante aprendermos a olhar para o outro, partilhar sempre", comentou.
O arcebispo do Rio também lembrou o papel da igreja católica na fundação da cidade: o aniversário do Rio é celebrado em 1° de março porque este foi o dia em que Estácio de Sá desembarcou da Baía de Guanabara em um trecho de terra na altura do Pão de Açúcar, em 1565, iniciando a influência cristã portuguesa na cidade.
"Quando aqui chegaram os portugueses, trazendo a imagem de São Sebastião, vinham também nessa mesma ideia a cultura cristã da época. Isso marcou esse início da nossa cidade. Nesses 457, tivemos altos e baixos, momentos de glórias, de muita alegria, de serviço ao Brasil, mas também suas dificuldades, violências, problemas", afirmou o arcebispo.
Depois da missa, o tradicional bolo gigante feito pela Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (Sarca) foi cortado em muitos pedaços e distribuído aos visitantes.
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