Justiça solta morador do Jacarezinho preso ao sair para comprar pão. Yago Corrêa de Souza, de camisa vermelha, sendo recebido por família e amigosFabio Costa /Agencia O Dia

Rio - A família do jovem que saiu de casa para comprar pão para churrasco e foi preso injustamente no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, enfim pode comemorar o fim do pesadelo. Na última sexta-feira (25), a juíza Gisele Guida de Faria, da 38ª Vara Criminal da Capital, determinou pelo arquivamento do inquérito policial contra Yago Corrêa, de 21 anos e ordenou a exclusão de qualquer foto do jovem nos registros da Polícia Civil.
Para Érika Corrêa, irmã de Yago, os últimos dias estão sendo de alegria e muitas comemorações. A família só ficou sabendo da decisão na segunda-feira (28) e, desde então, o jovem só quer aproveitar os seus dias de liberdade, principalmente durante o feriado de Carnaval.
"Ele está tão feliz, está comemorando muito desde ontem (segunda). Toda a família está querendo curtir o momento. Vamos ainda tirar um tempo para agradecer a todos que deram voz pra gente poder falar e se expressar e chegar a essa vitória, que ontem foi inesquecível, inédita! Não temos palavras para descrever esse momento", disse bastante emocionada a irmã.
Relembre o caso
Segundo o registro de ocorrência, Yago foi preso junto com um adolescente, que estava com uma bolsa com 30 gramas de cocaína e 150 gramas de maconha. No entanto, familiares dizem que o jovem não estava com o adolescente, e que foi preso porque correu quando os policiais se aproximaram. As testemunhas que constam no indiciamento da Polícia Civil são os próprios policiais militares que realizaram a abordagem, lotados no Batalhão de Choque.
Na delegacia, o jovem afirmou que não conhecia o adolescente detido com drogas e afirmou que estava comprando pão para um churrasco quando foi abordado pelos policiais. A versão foi corroborada por familiares que procuraram a delegacia e por amigos que estavam na confraternização e foram chamados para depor.
Diante dos fatos, a Polícia Civil pediu a conversão da prisão em flagrante, em preventiva. Mas reviu a decisão após reconhecer que há "dúvida razoável" sobre a prática de crime por parte de Yago.
O delegado responsável pelo caso reviu a decisão e encaminhou o pedido de soltura e a instauração de inquérito para "evitar injustiças". "Logo após o término do procedimento surgiram fatos novos relevantes que geraram uma dúvida razoável em favor da não imputação pela prática de tráfico de drogas e associação ao tráfico ao referido nacional", diz o texto.