Rio - No último dia do ensolarado Carnaval no Rio, o Leblon não teve apenas a praia do bairro como alvo de disputa territorial. Um protesto em frente ao consulado da Rússia, localizado na Rua Professor Azevedo Marques, terminou na 14ª DP (Leblon), na Zona Sul, após uma acalorada discussão entre membros do Partido da Causa Operário (PCO) e integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL).
Pró-Rússia, os filiados do PCO agendaram uma manifestação para a manhã desta terça-feira em frente ao consulado russo. Como integrantes do MBL, críticos das ações do governo da Rússia na guerra em curso no território da Ucrânia, já estavam no local, o bate-boca foi inevitável.
O MBL Rio de Janeiro estava fazendo um ato na frente do Consulado da Rússia, mas apareceu uns marginais do PCO para DEFENDER a Rússia. Um vagabundo do PCO ainda agrediu membros do MBL e foi preso.https://t.co/YyhJoYdDrU@mblriodejaneiropic.twitter.com/dqvdqibLeb
— MBL - Movimento Brasil Livre (@MBLivre) March 1, 2022
Pelas redes sociais circulam vídeos que revelam a temperatura elevada na discussão entre os dois pequenos grupos. Equipes do 23° BPM (Leblon) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) foram acionadas. Após estabilizarem a situação, conduziram os envolvidos à 14ª DP (Leblon) para esclarecimento dos fatos.
"De acordo com a 14ª DP (Leblon), policiais militares conduziram seis pessoas à unidade. Os envolvidos foram ouvidos e os agentes requisitaram imagens de câmeras de segurança instaladas na região para analisar e esclarecer os fatos. O procedimento será encaminhado à Justiça", diz a nota emitida pela assessoria de imprensa da Polícia Civil.
Entenda o conflito
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
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