Marlon Santos, zagueiro do Shakhtar, esposa e filhos desembarcam no RIo após saírem da UcrâniaReprodução Globo News

Rio - Dois jogadores brasileiros que atuavam na Ucrânia e lutavam para sair do país em guerra conseguiram desembarcar no Rio, na manhã desta terça-feira, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. Marlon Santos, zagueiro do Shakhtar Donetsk, ex-flu, sua esposa e dois filhos, e Bruno Ernanes, do Gyrnik-Sport, chegaram ao Rio no mesmo voo, por volta das 7h40.
Os dois atletas tiveram uma viagem de cerca de quatro dias para chegar ao Rio. A dupla, assim como outros jogadores brasileiros, foge da guerra no país, que é atacado pela Rússia. Eles deixaram Kiev no último sábado e temiam pela vida.
"Sensação de terror, de desespero a cada dia. Vocês escuta coisas, escuta caças passando pro cima da sua casa, escuta sons de bombas, recebe notícias e vê quanto terror passava pela cidade, o país. Começou a faltar alimento, fralda e coisas em geral", contou Marlon, na chegada.
Segundo o zagueiro, que foi joia da base do Fluminense, chegar ao Brasil e ter a certeza de que os filhos estavam seguros era só o que ele buscava.
"Foi uma coisa muito intensa, muito triste. Reencontrar os familiares, poder rever todos é sempre uma coisa gratificante. Agora é respirar fundo. Orar por aquelas pessoas que estão lá e para que elas consigam ser resgatadas", disse.
Bruno Ernanes, que atua como centroavante na equipe da segunda divisão Ucraniana, Girnyk Sport, da cidade de Gorishni, contou sobre o nervosismo na saída do país.
"Foi uma viagem muito tensa e angustiante. Pensamos que não íamos estar aqui para contar em vários momentos. O Rio tem seus conflitos, não é considerado tão seguro. Mas aquilo lá é muito diferente. É uma guerra", avaliou o atleta.
Outro jogador com família no Rio chega ao Tom Jobim, no fim da tarde desta terça-feira, é Diego Silva, do Kolos. Além deles, um grupo de atletas também desembarcou em São Paulo.
Guerra
A Rússia iniciou uma invasão a Ucrânia na madrugada da última quinta-feira (24). O conflito começou após aproximação do país vizinho ao território russo se aproximar de um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que representaria uma aliança com os Estados Unidos. A aproximação foi considerada inaceitável por Putin, que se disse, "sem escolhas" a não ser se defender.