"Acabou que ele me agrediu primeiramente, desceu do carro, desse mesmo carro que estava parado em frente à boate. Me agrediu no intuito de me roubar, porque eu não tinha feito nada pra ele. Não tinha tido nenhuma desavença, batido boca, nada. E eles furtaram a minha pulseira e meu telefone e o cordão meu irmão", disse o estudante Douglas Macedo Filho ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo.
Douglas contou que viu na 16ªDP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado, a foto de um dos agressores. "E eu tenho 100% de certeza que o carro é esse. Ele mostrou a foto do rapaz pra gente, tem várias testemunhas que estavam com a gente na hora e podem testemunhar. Ninguém mostrou arma em momento nenhum pra mim não, mas foi uma covardia. Eles estavam nesse intuito de roubar mesmo".
Os irmãos Douglas e Davi são moradores de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e vieram passar o feriado de carnaval no Rio.
Entenda o caso
Os seis suspeitos furaram o bloqueio de uma equipe do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) dando início a uma perseguição. De acordo com a Polícia Militar, os agentes deram ordem de parada para o veículo, um Chrysler 300c, que trafegava na Avenida Lúcio Costa, mas o motorista não atendeu, e começou uma fuga. Um alerta via rádio foi dado e um cerco, com apoio de unidades do Barra Presente, foi montado na via, sentido Recreio dos Bandeirantes. Segundo os policiais envolvidos na ação, disparos foram feitos do veículo em fuga contra as equipes, que revidaram.
Na altura da Praça do Pomar, no Jardim Oceânico, o veículo, que custa cerca de R$135 mil, colidiu e parou, onde dois dos seis ocupantes, tentaram fugir, mas foram presos junto ao restante do grupo. O carro ficou com várias marcas de tiros e o vidro traseiro estilhaçado.
No interior do veículo foram encontrados vários aparelhos celulares, chips de telefone, e máquinas de operação de cartão. Os homens são de diferentes estados e um deles possui passagem por associação criminosa. A PM afirmou que houve troca de tiros, mas a Civil informou que não teve apreensão de armas com a quadrilha.
Em nota, a Polícia Civil disse que 16ª DP (Barra da Tijuca) instaurou inquérito para apurar os crimes de disparo de arma de fogo, direção sob influência de álcool e desobediência. O resultado do exame de alcoolemia do motorista deu negativo. A perícia foi realizada no veículo e imagens de câmeras segurança serão analisadas para apurar o fato. A polícia informou que até o momento da liberação não havia notícia de roubo praticado pelo grupo.
Quatro são do Rio de Janeiro, um é de Minas Gerais e outro do Rio Grande do Sul. Eles foram ouvidos na delegacia e liberados. Na saída, Carlos Gabriel Lourenço Gonçalves, de 23 anos, que estava dirigindo o carro, falou sobre o caso.
"Não tinha blitz. Eu saí e tinha uma viatura atrás. Estava com o som alto e não escutei nada. Daqui a pouco deram dois tiros na minha direção. Vou sobreviver, né? Vou ficar parado?", disse o jovem, que ainda negou a troca de tiros:
"A gente tomou tiro, a gente não deu tiro. Nem arma tem. Pode fazer perícia de pólvora na minha mão quem quiser".
A ação deixou os moradores da região assustados. A nutricionista Fabiana Granjeiro disse que acordou ao som dos tiros.
"Levantei e escutei o barulho de um carro e imaginei que era um pneu furando, mas quando escutei o barulho da viatura, já me toquei que era um tiroteio. Aí só escutei a secretária e uma família gritando gritando na rua 'pega os cachorrinhos, as crianças, todo mundo pro chão'. Ficou todo mundo assustado. Os bandidos atravessaram o canteiro, pararam com o carro atravessado na rua e alguns pularam o quintal do vizinho. A viatura cercou de todos os lados e graças a Deus não teve nenhum ferido. Pegaram os elementos e levaram pra delegacia e a paz voltou a reinar na Barra", disse a moradora.
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