De acordo com o registro das câmeras, a distribuição ocorreu entre 6h27 e 7h43Reprodução/Sulacap News

Rio - Um dia após afirmar que vai denunciar ao Ministério Público do Rio (MPRJ) a distribuição de uma carta antivacina da covid-19, na última quarta-feira (2), no bairro Jardim Sulacap, na Zona Oeste, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro informou, nesta sexta-feira (4), que o caso está sob responsabilidade do setor jurídico da pasta. Ainda não há data para que a denúncia seja formalizada. A ação foi registrada por câmeras de segurança.
As imagens mostram um homem, sozinho e com duas mochilas, colocando as cartas por baixo e por cima dos portões das casas. Ele segura grande quantidade de papel nas mãos. De acordo com o registro das câmeras, a distribuição ocorreu entre 6h27 e 7h43. Ainda não se sabe se o material foi distribuído em outras regiões da cidade. Confira os vídeos.
A carta de quatro páginas traz informações falsas sobre os imunizantes contra o novo coronavírus, trechos bíblicos, se refere à vacina como "Marca" e chama a pandemia de "fraudemia". Além disso, o texto disponibiliza um link e pede que as pessoas se informem pelos mais de 700 vídeos contidos nele e atualizados toda semana, com "autoridades do mundo todo que tem colocado as suas respectivas carreiras e vidas em risco para divulgar tais verdades", antes que seja "censurado".

O documento diz ainda que após acessar o conteúdo, "toda a verdade estará diante dos seus olhos". O responsável pela distribuição da carta ainda não foi identificado e ainda não se sabe se ele agiu sozinho. Em trechos, o texto critica líderes religiosos que não se mostraram contrários à vacinação. "Alguns líderes religiosos dirão que não tem problema colocar a Marca, eles dirão: basta adorar somente ao Senhor Jesus! O que não pode é adorar a Besta! É mentira! Não confie neles, ainda que te digam coisas boas", afirma a carta.

O texto diz ainda que quem "não abrir mão do seu conforto para irem com os arrependidos rumo a lugares inóspitos para terem a chance de sobrevivência" estará "sob forte influência da diversificada e poderosa sedução para aceitaram a Marca, que virá de todos os lados e todas as formas". O material faz parte da denúncia que será encaminhada ao Ministério Público. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), equivalente norte americana à Anvisa, afirmam que as vacinas são eficazes e seguras contra a covid-19. Confira a carta. 


Vacinação

O município do Rio segue aplicando a vacina contra a covid-19 em pessoas a partir dos cinco anos que ainda não tenham se imunizado. A segunda dose é oferecida após a primeira, 28 dias depois para quem recebeu a CoronaVac, 21 dias para a Pfizer e oito semanas para a AstraZeneca e Pfizer Pediátrica. Crianças de 5 a 11 anos com comorbidades ou deficiência podem antecipar a segunda dose pediátrica da Pfizer para o intervalo de 21 dias.

A dose de reforço também está disponível para maiores de 18 anos que tenham recebido a segunda dose há quatro meses ou mais. De acordo com a atualização das 12h desta sexta-feira do Painel Rio COVID-19, da Prefeitura do Rio, 87,8% da população total carioca recebeu a primeira dose ou dose única, 83,5% já tomou as duas doses e 53,4% dos adultos já estão com o reforço.
Vacinação no Rio - Divulgação/Prefeitura do Rio
Vacinação no RioDivulgação/Prefeitura do Rio