Campanha dos clubes cariocas para evitar evasão escolar no RioRodrigo Sullivan - FERJ

Rio - A Secretaria Municipal de Educação (SME) lançou, neste domingo (6), a campanha "Bora pra Escola" junto com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e os times do futebol carioca (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo) para tentar resgatar cinco mil alunos que ainda estão fora das salas de aula. Os jogadores estão gravando vídeos para incentivar que os estudantes voltem à escola.
Em entrevista ao DIA, o secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, disse acreditar que um dos principais problemas para a evasão escolar foi a pandemia da covid-19. Apesar disso, ele afirmou que o trabalho ativo que a secretaria vem fazendo já trouxe 20 mil alunos de volta às salas de aula.
"Esse foi um grande passo. A gente considera um número muito significativo, mas não estamos satisfeitos. Só ficaremos felizes quando todos voltarem a estudar, não vamos deixar ninguém para trás".
Sobre a campanha com os clubes do Rio, Ferreirinha destacou que como eles têm muita visibilidade, conseguem atingir um número maior de estudantes. "Eles são grandes símbolos da nossa sociedade e estamos muito gratos por estarem conosco nessa parceria".
Ao ser perguntado sobre qual é a região mais afetada pela evasão escolar na cidade, o secretário disse que é a Zona Oeste. "É a região mais populosa e também tem outro fator, que é o empobrecimento das famílias de maneira geral. Com isso, algumas crianças não estão vendo mais sentido na educação, que é um grande problema. A gente não pode colocar na balança se vale a pena que elas estejam estudando ou não, isso tem que ser ajustado entre a sociedade e o poder público".
Ao falar da faixa etária dos alunos que não voltaram às escolas, Renan citou que a maioria é adolescente. "Muitos deles estão trabalhando e não se dedicam aos estudos conforme deveriam. Há também crianças bem jovens, de cinco, seis anos, que não estão nas salas de aula porque as famílias estão deixando de levá-las. Depois de quase dois anos sem ter a escola à disposição, a família se desacostumou".