Caio Telles Guimarães, de 20 anos, foi preso por um crime que a família diz que ele não cometeuDivulgação
Jovem que teria sido preso por engano pode ser solto ainda nesta semana, diz advogado
Defesa tenta acesso a outras câmeras de segurança de casas próximas ao local do roubo que teriam registrado o criminoso passando com a moto
Rio - A defesa de Caio Telles Guimaraes, 20, espera receber uma resposta positiva do Tribunal de Justiça do Rio ainda nesta semana após o pedido de revogação da prisão nesta segunda-feira. O advogado Douglas de Assis disse ao DIA que devido à repercussão do caso e a mobilização popular, o TJRJ poderá decidir pela soltura do jovem. Caio foi preso no último dia 22 de fevereiro suspeito de roubar uma moto no bairro Laranjal, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, às 13h, no entanto, as imagens da câmera de uma residência localizada na frente da sua casa mostram que ele saiu às 13h30.
Além das imagens da câmera de segurança de uma residência localizada na frente da casa de Caio, e o sinal do GPS do celular dele, o advogado também tentou acesso a outras câmeras de segurança de ruas próximas ao lugar onde o crime aconteceu, na Rua David Campista, próximo à RJ-104. Segundo Douglas, a imagem que poderia mostrar quem deixou a moto pode ter sido registrada pelas câmeras de uma casa ao lado de um galpão, na rua Gregório de Mattos.
Um pouco antes dessa casa, em uma outra residência na mesma rua, há um terreno com duas câmeras de segurança do lado externo. Neste ponto seria possível ver o criminoso passando com a moto. Já na rua Monsenhor Lamêgo, há câmeras em frente a uma igreja Assembleia de Deus, que fica na esquina com a rua David Campista. Neste ponto também seria possível avistar o criminoso com a motocicleta.
No entanto, a defesa de Caio explicou que está encontrando resistência dos donos das imagens quando solicitado. "Na rua do galpão provavelmente vai dar para ver a pessoa que passou com a motocicleta, mas o dono do galpão não fornece às imagens, então, vou ter que pedir na Justiça", disse.
Nesta segunda-feira, amigos e familiares se reuniram em um ato pela liberdade de Caio na frente do Fórum do Colubandê, em São Gonçalo. "A gente está arrasado, a gente não descansa um segundo desde que isso aconteceu, procurando fazer de tudo para que o Caio saia de lá o mais rápido possível. Hoje a família, os amigos se reuniram para esse ato para mostrar que ele não está sozinho, para fazer toda a pressão possível para que as autoridades responsáveis tirem ele de lá o mais rápido possível e acabar com essa injustiça, a gente só quer justiça para acabar com as nossas angústias", disse Karina Telles, irmã de Caio.
Versão das polícias Militar e Civil
De acordo com a Polícia Civil, Caio foi detido em flagrante após roubar uma motocicleta em frente a uma loja de autopeças no mesmo bairro onde mora e encaminhado à 74ª DP (Alcântara), onde foi reconhecido por duas vítimas.
Os agentes do São Gonçalo Presente, responsáveis pela prisão, também encontraram imagens no celular de Caio onde ele e um outro indivíduo apareciam com uma arma de air soft na cor vermelha e preta. Em acesso aos depoimentos das vítimas do roubo, é citado a presença de uma arma vermelha e preta no momento do crime, no entanto, o armamento não foi localizado com Caio e nem posteriormente.
Versão da família de Caio
A família afirma que o rapaz estava em casa no momento do crime. De acordo com a mãe, às 13h Caio estava sentado com ela na sala montando um currículo e, assim que terminou o que tinha de pendente no documento, se despediu e disse que iria na rua debaixo ajudar na mudança de um amigo.
Rosangela lembra que, minutos depois da saída do filho, um amigo do jovem bateu no portão avisando que ele havia sido detido por policiais. "Tenho a mais absoluta certeza que ele não cometeu o delito porque ele estava comigo no momento que a vítima contou que havia sido roubada. Assim que eu soube, saí correndo, peguei o carro e foi até o local da ocorrência. Quando eu cheguei lá, havia várias testemunhas falando que meu filho era inocente".
A mãe relatou ainda que o dono da moto roubada chegou ao local da prisão logo depois e, quando questionado, disse que não tinha capacidade para reconhecer o autor do crime, pois assim que foi abordado abaixou a cabeça com medo da arma. "O Caio quando foi preso não estava nem com a moto e nem com arma, como pode ter dado tempo dele fazer isso que estão acusando ele se o crime acontece às 13h e 13h30 ele estava saindo de casa?".
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