Rio - O jornalismo brasileiro se despediu, nesta terça-feira (8), do premiado fotógrafo Erno Schneider, de 87 anos. Ele morreu durante a manhã em casa, após levar um tombo. O velório aconteceu no mesmo dia, às 13h, e o enterro, às 16h, no cemitério São João Batista, em Botafogo.
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A Arfoc-Rio (Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro) divulgou nota lamentando a morte do fotógrafo. "Neste momento de dor, manifestamos nossos sinceros sentimentos aos amigos e familiares", dizia.
Schneider começou sua carreira ainda jovem, e teve a oportunidade de trabalhar no Jornal do Brasil, onde construiu sua carreira e ficou consagrado com a famosa foto do ex-presidente Jânio Quadros com as posições de pés trocados, quando resolveu atravessar a pé a ponte que liga a cidade de Uruguaiana a Los Libres, na Argentina.
A imagem, registrada em 21 de abril de 1961, apesar de não ter sido utilizada imediatamente, mais tarde passou a ser o símbolo da indecisão do governo da época e lhe rendeu o 'Prêmio Esso de Fotografia', em 1962.
Erno também chefiou o departamento fotográfico do 'Correio da Manhã', no período de 1964 a 1969, e foi convidado por Roberto Marinho para ser o editor de fotografia do jornal 'O Globo', onde trabalhou várias décadas. Nas redes sociais, amigos e companheiros de trabalho lamentaram a partida do fotojornalista.
'Alemão', como era afetuosamente chamado pelos colegas, foi responsável direto pela formação de vários fotojornalistas e definia assim a profissão: "Fotografia tem de ser na rua. Sentir as coisas, sentir a vida. Olhar, principalmente olhar. Você tem que observar muito bem. Tem de ser o grande observador. Observar e clicar".
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