Aurélio Alves Bezerra, militar da Marinha, vira réu por homicídio doloso por matar Durval Filho após confundí-lo com assaltante.Reprodução

Rio - O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, acusado de matar Durval Teófilo Filho, em 2 de fevereiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, começará a ser julgado na tarde do dia 4 de abril. O militar está preso preventivamente por homicídio duplamente qualificado.
Esta será a primeira audiência sobre o caso da morte de Durval, de 38 anos, assassinado a tiros pelo próprio vizinho, que confundiu a vítima com um bandido. O crime aconteceu na porta do condomínio onde os dois moravam, no bairro Colubandê. Aurélio foi denunciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por ter dificultado a defesa da vítima.
O julgamento vai acontecer às 14h20 do dia 4, na 4ª Vara Criminal, no Fórum de São Gonçalo. A juíza responsável pelo caso, Juliana Grillo El-jaick, irá ouvir as testemunhas de acusação e de defesa, além do próprio acusado. O advogado Saulo Alexandre, que representa o militar, afirma que a prisão preventiva do cliente é desnecessária. Ele irá solicitar um habeas corpus para que o cliente responda pelo crime em liberdade. 
A Justiça do Rio, no entanto, já havia negado, na sexta-feira (4), um pedido de suspensão da detenção. O documento abordou também as ameaças sofridas pela viúva de Durval, Luziane Teófilo, e pela filha do casal, de apenas seis anos. Elas deixaram o condomínio onde viviam antes da morte.
Relembre o caso

Durval Teófilo Filho, tinha 38 anos, casado e pai de uma menina de 6 anos, foi assassinado, por volta das 23h do dia 2 de fevereiro, pelo Militar Aurélio Alves Bezerra, seu vizinho, no estacionamento do condomínio onde moravam, na Rua Capitão Juvenal Figueiredo, 1520, bairro Colubandê.
Aurélio foi preso em flagrante. Na delegacia, após socorrer a vítima, o militar alegou ter confundido Durval com um bandido ao relatar que chegava em casa. O acusado afirmou ter atirado três vezes, atingindo a barriga de Durval.
Diante do falecimento da vítima, diversas organizações de defesa dos direitos humanos, autoridades, artistas e civis demonstraram revolta nas redes sociais. A movimentação na internet gerou protestos e pessoas foram às ruas exigindo justiça pelo assassinato e revisão no inquérito, que classificava o homicídio como culposo, quando não há intenção de matar.