A manicure e cabeleireira Edileia de Souza Barboza Vitorino foi morta a facadas pelo maridoArquivo Pessoal

Rio - A manicure e cabeleireira Edileia de Souza Barboza Vitorino, de 38 anos, foi morta a facadas pelo marido, na última quarta-feira (16), no bairro do Tanque, na Zona Oeste do Rio, após acusá-lo de estuprar a filha do casal e uma sobrinha dela. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) disse que a principal linha de investigação aponta crime por vingança. A irmã da vítima contou ao DIA que Gutemberg Vitorino da Silva, de 42 anos, era extremamente violento e que ameaçava colocar fogo na casa caso Edileia pedisse a separação.
Eles ficaram casados por mais de 20 anos e tinham quatro filhos juntos. Segundo a irmã de Edileia, que preferiu não se identificar, a relação dos dois era conturbada.
"Ele era grosso, agressivo, um monstro. Minha irmã estava querendo se separar há muito tempo, só que ele falava que não ia sair, que ia atear fogo na casa com todo mundo dentro. Em qualquer discussão boba com os filhos ele falava que ia pegar a faca e ia matar. Nunca gostei dele devido aos olhares que tinha comigo", contou.
A irmã de Edileia disse que o crime de estupro aconteceu quando as meninas eram menores de idade, mas só ficaram sabendo em janeiro, quando foram até a Delegacia da Mulher em Jacarepaguá fazer um boletim de ocorrência. Hoje as vítimas têm 24 e 18 anos. De acordo com ela, na época, Gutemberg ameaçou matar a filha e a sobrinha, caso elas falassem o que tinha acontecido. Por estar com medo e não aguentar mais viver sob o mesmo teto que o agressor, uma das jovens resolveu contar. 
"Após a gente ir na delegacia, Gutemberg fugiu e só voltou depois de um tempo. A partir dali, desandou tudo de vez. Minha irmã não estava bem, estava triste, eu via no olhar dela que estava com medo. Só que ela não contava [sobre as ameaças] para não preocupar a gente. Parece que ela estava sentindo o que ia acontecer".
Policiais militares do 18ºBPM (Jacarepaguá) receberam um chamado na última quarta-feira para verificar o crime e disseram que no local indicado encontraram uma pessoa apresentando ferimento provocado por arma branca, já sem vida, e isolaram o local. Em seguida, os PMs fizeram buscas na região e localizaram o acusado e a faca usada no crime na estação de BRT do Tanque.
Família com medo
A irmã de Edileia disse que toda família está com medo de Gutemberg deixar a prisão. "Quero que ele apodreça lá dentro da cadeia, que não saia nunca mais, porque senão nossas vidas nunca mais vão estar seguras. Ele está com raiva de todo mundo. Estamos com muito medo. Meus sobrinhos precisam de paz, precisam viver. Precisamos de segurança. Ele não pode ser solto, senão ele vai voltar e matar a gente. Ele tem que pagar pelo o que fez com a minha irmã. Ela não merecia isso", disse ela, que completou:
"Minha irmã era uma mulher maravilhosa, não tinha o que falar dela, sempre ajudando todos, tentando resolver tudo. Nunca deixou faltar nada dentro de casa, porque ela que sustentava a família. Edileia trabalhava muito, às vezes ela virava a madrugada, ficava até sem almoçar para poder fazer dinheiro para pagar o aluguel, comprar comida. Sempre fez de tudo pela gente", lamentou.
O corpo de Edileia de Souza foi enterrado, nesta quinta-feira, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio.
Em nota, a Polícia Civil disse que o caso já foi encaminhado à Justiça.