O miliciano Latrell, chegou ao Rio na manhã deste sábado (19), à na Cidade da Polícia de helicóptero Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio-O miliciano Rodrigo dos Santos, conhecido como Latrell, chegou ao Rio por volta das 10h30 deste sábado (19). Ele foi transportado de helicóptero para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte da cidade. Santos é suspeito de ser o segundo homem na hierarquia do grupo paramilitar comandado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Ele foi preso em uma operação conjunta entre agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e de São Paulo, na quinta-feira (17).
Latrell estava hospedado em um hotel próximo ao aeroporto de Congonhas. Ele foi transportado em uma viatura até o aeroporto de Resende, e chegou de helicóptero na Cidade da Polícia. De acordo com o delegado Mauro César, titular da DC-Polinter, há pouco mais de um ano, a Polícia Civil instalou uma força-tarefa, especificamente, para combater as organizações criminosas denominadas milícias.
"Ele estava escondido num hotel em São Paulo. Fizemos contato com a Polícia Civil de lá e conseguimos fazer essa captura. Hoje, nós fomos com nosso helicóptero, por questões de segurança. Para evitar que caminhássemos muito tempo com esse preso”, disse o delegado, que nega qualquer informação de tentativa de resgate. Ainda de acordo com o delegado, não houve reação e o suspeito não estava armado.
Os agentes apreenderam o documento falso que o suspeito usava e quatro aparelhos de telefones celulares: “As investigações continuarão até para que a gente consiga mais indícios contra ele e continue identificando e prendendo outros integrantes não só dessa organização criminosa, que todo mundo sabe, está localizada na Zona Oeste, mas a gente combate todas as milícias doestado do Rio de Janeiro. Ainda mais importante que essas prisões é que a gente consiga desmobilizar essas organizações criminosas e aí sim, conseguir livrar tanto a população que mora nesses lugares quanto os comerciantes”, avaliou o delegado.
De acordo com a delegada Thaianne Moraes, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), as circunstâncias da presença de Latrell no estado de São Paulo ainda são objeto de investigação: “A relevância dessa prisão, especialmente no contexto dessa força-tarefa, que opera dentro da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da nossa unidade, é o relevo da atuação desse capturado dentro do grupo. Ele tem uma expressão, poder de comando e existe toda uma articulação que parte dessa pessoa”.
Conforme as investigações, Latrell era considerado um dos integrantes mais importantes da milícia de Zinho, devido ao seu histórico de atuação quando a organização criminosa era comandada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em junho de 2021.
A Polícia Civil também investiga a participação de Latrell em eventos recentes envolvendo mortes na disputa de territórios na região disputada com a milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera. Os dois bandos, comandados por Zinho e Tandera, disputam o monopólio de negócios irregulares da milícia.
De acordo com a Polícia Civil, Latrell entrou no sistema pela Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter) e será encaminhado à Secretaria de Administração Penitenciária.