Imagem icônica: cruzes em homenagem às vítimas da tragédia de fevereiro boiam na Praça da Águia, no centro de PetrópolisReprodução/Redes Sociais
As vestimentas foram deixadas no local sem nenhuma proteção e acabaram estragando, ficando sem condições de uso. Na decisão, o juiz deu uma prazo de quatro horas para a remoção de todo o material doado e pediu que a incineração ocorresse até a próxima quinta-feira (24), sob risco de multa no valor de R$ 150 mil em caso de descumprimento. Também ficou determinado que as peças que puderem ser reaproveitadas sejam entregues à entidade previamente indicada pela sociedade civil, que seja credenciada no Juizado da Infância e Juventude.
O juiz ainda declarou ter notado, durante visita ao local para averiguar a situação da doações, a presença de ratos, gatos e insetos (baratas) em deslocamento sobre as roupas, milhares de peças amontoadas, aparentemente úmidas, molhadas, putrefatas, impróprias ao uso humano.
A ação foi movida pela Defensoria Pública, com o objetivo de impedir que as peças, já em um estado crítico, sejam doas e utilizadas pelos cidadãos que necessitam de novas vestimentas e também de dar um destino aos artigos que ocupavam a área de lazer do bairro.
A Prefeitura de Petrópolis se pronunciou e informou que já realizou a retirada das roupas estragadas que foram deixadas na praça, devolveu o espaço para a comunidade e terminou a reforma do local.
O governo municipal ainda esclareceu que só realiza doações de roupas novas, em perfeitas condições, vindas da Receita Federal e que as roupas deixadas na praça eram de responsabilidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que nega as acusações e reitera o fato de nunca ter recebido doações na praça.
Em nota, a Secretaria informou que a decisão deixou claro que as doações chegaram à praça por meio de movimentos sociais de solidariedade e que as equipes do Estado não tiveram qualquer contato com as peças.
Há pouco mais de um mês, no dia 15 de fevereiro, a cidade de Petrópolis enfrentou a pior tempestade de toda a sua história, que deixou 233 mortos e quatro desaparecidos. No dia, choveu em um dia tudo o que era previsto para o mês de fevereiro.
Na ocasião, a cidade precisou lidar com muitos deslizamentos, alagamentos e diversos outros prejuízos. Neste domingo (20), uma forte chuva atingiu a cidade novamente, deixando cinco mortos e três desaparecidos, até o momento.
Nessa última chuva, os estragos ainda não resolvidos da última tempestade foram somados aos novos danos em uma cidade que ainda estava a procura dos quatro corpos desaparecidos do mês passado.
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