Criminosos foram capturados com grande quantidade de drogasDivulgação

Rio - Dezessete pessoas foram presas e um menor apreendido, na manhã desta terça-feira (22), durante a operação "Carga Pesada", na comunidade do Mutirão, no bairro São José do Imbassaí, e em um conjunto habitacional Minha Casa Minha Vida em Inoã, na cidade de Maricá. A ação é realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) e teve como alvo 12 integrantes de uma quadrilha especializada em sequestrar caminhoneiros para transportar drogas. 

De acordo com a Civil, ao todo, são 12 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Cinco pessoas já estavam presas e um foi adolescente apreendido. Outras sete pessoas foram detidas em flagrante. A operação visou desarticular a quadrilha que integra a maior facção de tráfico de drogas do Estado, que afeta o livre transporte de cargas que passam pela cidade de Maricá.

A ação é realizada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em conjunto com o Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), o 4º Departamento de Polícia de Área (4º DPA) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), os criminosos roubavam os caminhões para utilizá-los no tráfico de drogas e tinham como base a comunidade do Mutirão. O grupo atraía os motoristas para a região com pretexto da contratação de fretes falsos para cometer os crimes.

As investigações apontam que a quadrilha, que contava com a participação de advogados e despachantes, agia de forma violenta e articulada, e já havia se especializado em atrair os caminhoneiros até Maricá. Além dos veículos, as vítimas eram sequestradas e mantidas em cárcere privado por dias sob ameaças e agressões.

Os motoristas contratados pela facção eram obrigados a dirigir até Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, para carregar os veículos com grande quantidade de drogas e abastecer comunidades dominadas pelo Comando Vermelho, a partir do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

Durante o sequestro, as vítimas ficavam privadas de alimentos e água e eram obrigadas a atender telefonemas para evitar que os caminhões fossem apreendidos em rodovias. Os criminosos possuíam muitos contatos para evitar a perda das drogas, inclusive em outros estados.

A organização criminosa é dividida em núcleos. A chefia, que planeja os crimes e atrai as vítimas, é integrada pelo traficante Marcos Vinícius Dias Laurindo, vulgo “Lobo Mau”, chefe do tráfico na comunidade do Mutirão, e pelo seu braço-direito, Wesley Gomes Toledo, vulgo “Pitbull”. Além da chefia, a organização criminosa é formada pelo núcleo operacional, que atua na via pública, abordando e roubando as vítimas, e é responsável pela vigilância do cárcere das mesmas, e o núcleo dos caminhoneiros, responsável por dirigir os caminhões subtraídos até a fronteira com o Paraguai para a busca de entorpecentes.