Peixes mortos na areia da Praia da BarraMário Moscatelli / Divulgação

Rio - Aproximadamente seis toneladas de peixes foram encontrados mortos na Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, na manhã desta quinta-feira (24). De acordo com o biólogo Mário Moscatelli, que classificou o episódio como um "massacre", os animais sofreram sufocamento e intoxicação. "Crime ambiental sem castigo, fruto da certeza da impunidade", completou.
Ao explicar a causa das mortes de várias espécies (tainha, corvina, parati, robalo), ele disse que um esgoto foi lançado impunemente por décadas e que transformaram rios em valas sem vida e lagoas em latrinas rasas. "Nem os Jogos Olímpicos com seus bilhões de reais obrigaram as autoridades a recuperarem o que havia sido combinado", desabafou Moscatelli.
"Quando acontece uma ressaca, as águas do mar remexem o fundo das lagoas e elas eliminam metano e gás sulfídrico além de consumir o pouco oxigênio ainda existente residualmente. Pronto a receita do extermínio de peixes e demais formas de vida sobreviventes está pronta", continuou o biólogo.
Ele destaca ainda que a mortandade não foi devido à ressaca do mar: "Ela [ressaca] apenas libera os gases que décadas de impunidade e omissão geraram em termos ambientais. Infelizmente os delinquentes que geraram esse quadro continuam soltos sem serem incomodados. A natureza não é a culpada, é a vítima da delinquência ambiental".
Por fim, Moscatelli explica qual é a solução para que os animais não morram mais por causa da poluição. "Tem que ter ordenação do uso do solo, combate ao crescimento urbano desordenado, políticas habitacionais permanentes e saneamento universalizado".