O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em entrevista coletiva no Centro de Operações Rio, na Cidade Nova, Região CentralMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - O secretario de Saúde Daniel Soranz disse, nesta segunda-feira, que o município do Rio ainda não se planeja para aplicar a 4ª dose em pessoas com menos de 80 anos. Após reunião com o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 (CEEC), no Centro de Operações Rio, na Cidade Nova, o médico explicou que a aplicação da dose extra ainda carece de comprovações para que seja indicada a todas as faixas etárias.
"O comitê considera que ainda não tem evidências científicas para gente tomar essa decisão nesse momento e recomenda que a gente espere um pouco para recomendar a quarta dose para o grupo abaixo de 80 anos", disse o secretário.
Segundo Soranz, a cidade do Rio segue tendo melhora nos indicadores epidemiológicos e que assim não estão previstas novas medidas restritivas e que em breve o passaporte vacinal também deixará de ser cobrado. A medida será tomada quando a cidade atingir a marca de 70% da população imunizada com a dose de reforço. Atualmente, 59,4% dos cariocas já tomaram a terceira dose.
"O cenário epidemiológico é muito favorável nesse momento. Nós continuamos acompanhando os números da cidade, mas também os números de outros países do mundo. Então a gente considera o nosso cenário epidemiológico muito favorável. Uma redução importante do número de internados. Continua em queda o índice de positividade dos testes para covid-19, a gente tem um dos menores índices ce positividade desde o início da pandemia", explicou o secretário.
Ainda segundo Soranz, a taxa de positividade dos testes atualmente é de menos de 2 para cada 100 realizados. A taxa de transmissão também é a menor desde o início da pandemia, com uma pessoa transmitindo para 3,1. "É uma taxa considerada bem baixa", pontuou.
"Considerando todo esse cenário epidemiológico, o comitê faz algumas recomendações: Que a gente não coloque nenhuma medida restritiva para covid-19; que a gente mantenha a cobrança do passaporte vacinal até alcançarmos 70% da população adulta, a partir de 18 anos, com a dose de reforço; que a gente estimule a nossa população a continuar tomando a dose de reforço, porque a proteção que temos hoje não dura para sempre. Ela vai apresentando queda após algum tempo. Então é importante que as pessoas façam dose de reforço e os adolescentes tomem a segunda dose", reforçou o secretário de Saúde.
Vacina da gripe para todos
O Comitê Especial recomendou durante a reunião que a vacinação contra a gripe seja feita novamente para toda a população com idade a partir de seis meses. A ideia, segundo Soranz, é evitar que a cidade enfrente um surto de Influenza como aconteceu no fim do ano passado.
"A gente espera que o Ministério da Saúde se planeje para vacinar toda a população contra gripe. A gente viu uma epidemia de gripe em novembro e dezembro do ano passado. Fora do período comum, da sazonalidade, então o comitê considera muito importante a vacinação para prevenir um aumento de casos", avaliou.
Questionado sobre a chegada da nova cepa da Ômicron, a BA.2, secretário disse que os resultados vistos desde dezembro, quando a "subvariante" foi identificada pela primeira vez não sugerem risco maior com a entrada dela. A mutação do vírus estaria seguindo o mesmo padrão da própria Ômicron.
"A BA.2 já circula na cidade do Rio desde dezembro, então a gente não considera ela com relevância epidemiológica nesse momento para a cidade", finalizou.