Presidente da Comissão de Transportes da Alerj defende intervenção do estado na Supervia
Em mais um dia de transtorno para os trabalhadores, pelo menos 24,6 mil passageiros da Baixada Fluminense enfrentaram problemas na interrupção dos trens na quarta-feira
Circulação de trens foi interrompida na Baixada Fluminense na quarta-feira (6) - Marcos Porto / Agência O Dia
Circulação de trens foi interrompida na Baixada Fluminense na quarta-feira (6)Marcos Porto / Agência O Dia
Rio - Diante dos frequentes problemas apresentados pela Supervia no serviço de trens no Rio de Janeiro, o presidente da Comissão de Transportes da Alerj, deputado Dionísio Lins (Progressista), defendeu nesta quinta-feira (7) uma intervenção do Governo do Estado no modal.
"A população pede socorro, por isso acho que o governador precisa intervir imediatamente na empresa para que seja dada transparência aos usuários da verdadeira função que ela exerce", disse Lins. O deputado afirmou que as ocorrências envolvendo a Supervia demonstram descaso com a população.
"Eles só sabem falar em aumento de tarifa, mas sem se preocupar em dar um transporte de qualidade para a população, como trens e estações limpas e sem atraso das composições. Sabemos que a falta de segurança colabora para o roubo de cabos, mas essa desculpa não cola mais", criticou.
O programa "RJTV2" da TV Globo revelou na noite de quarta-feira que o Governo do Estado estuda intervir na concessionária e suspendeu todas as negociações em andamento para a revisão do contrato com a Supervia.
O DIA entrou em contato com o Governo do Estado e com a Secretaria de Transportes (Setrans) sobre a possibilidade de intervenção e aguarda retorno. Já a Supervia, afirmou que não vai comentar a suspensão na negociação de renovação de contratos com a concessionária.
A Agetransp informou que há diversos processos regulatórios em andamento para apurar descumprimentos contratuais da Supervia, assim como em relação às demais concessionárias reguladas.
Em mais um dia de transtorno para os trabalhadores, pelo menos 24,6 mil passageiros da Baixada Fluminense enfrentaram problemas nos trens na manhã de quarta-feira (6). Dois ramais tiveram a circulação suspensa, segundo a concessionária, o motivo foi o furto de cabos. De acordo com a SuperVia, no horário que foi suspensa a circulação das composições, o ramal de Saracuruna costuma transportar cerca de 21,4 mil passageiros. Já o de Belford Roxo transporta cerca de 3,2 mil pessoas.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp) informou que abriu um boletim de ocorrência para apurar as circunstâncias da suspensão da circulação de trens. "Serão apuradas as causas das interrupções dos serviços e a adequação do atendimento aos usuários da SuperVia", informou por nota a agência reguladora.
A SuperVia disse que 54 estações foram fechadas às 5h35 e reabriram gradualmente a partir das 8h20. Os ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri não foram afetados. A partir das 8h20, as composições do ramal de Saracuruna voltaram a circular, mas somente às 13h46, o ramal de Belford Roxo foi normalizado. Nas redes sociais, os passageiros reclamaram da situação do transporte.
Agetransp aplica multa de R$ 2,2 milhões à SuperVia
O Conselho Diretor da Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio) decidiu aplicar cinco penalidades de multa à SuperVia na terça-feira (5). A empresa terá que pagar o total de R$ 2,2 milhões por descumprimento da fase 1 do Plano de Investimentos da concessionária no sistema de transporte ferroviário. O projeto foi pactuado entre a operadora e o governo do estado através dos 8º e 9º termos aditivos ao contrato de concessão em 2010.
As multas foram aplicadas em sessão regulatória realizada na última terça-feira, 29 de março, pelo Conselho Diretor da Agetransp. As penalidades foram impostas devido ao atraso no cumprimento de cinco itens que constam dos 8º e 9º termos aditivos.
As falhas apontadas foram referentes à reforma e adequação à acessibilidade em 48 estações, atraso na modernização das subestações e revitalização da via permanente, atraso no cumprimento de novo sistema de sinalização e instalação de sistema de sinalização ATP em todo o sistema.
Também foram apontados o atraso na duplicação do ramal no trecho Gramacho-Saracuruna e obras no trecho Saracuruna-Guapimirim.
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