Leniel Borel ao lado da família durante protesto contra soltura de Monique MedeirosMarcos Porto / Agência O Dia
Advogados de Leniel Borel entram com recurso para revogar prisão domiciliar de Monique Medeiros
MP também entrou com pedido por conta de um suposto uso de redes sociais pela acusada
Rio - A defesa de Leniel Borel, pai do menino Henry Borel, entrou, nesta quarta-feira (13) com um recurso contra a prisão domiciliar de Monique Medeiros. Ela é denunciada como uma das responsáveis pela morte do filho Henry. De acordo com os advogados, não há novos acontecimentos que demonstrem uma ameaça à integridade física da mulher. Além disso, o pedido fala sobre um possível uso de redes sociais pela acusada, que estava proibida pela Justiça de realizar essa ação. A defesa de Monique alega que o perfil não pertence a ela.
"Não houve nenhum fato novo que demonstrasse que a integridade física de Monique teria sido colocada em risco novamente, mesmo após a eminente Magistrada determinar mudanças", diz um trecho do documento. "A decisão que negou a prisão domiciliar de Monique, em 27/1/22, trazida acima, permanece plenamente aplicável, sem qualquer alteração. Como bem asseverado naquela ocasião, o Estado possui meios suficientes para resguardar a integridade física dos detentos. Bastaria o isolamento das detentas que teriam praticado as ameaças — repita-se que não há qualquer prova ou elementos, além da palavra da acusada — ou então a transferência delas para um presídio de segurança máxima.", completou.
O recurso também menciona a publicação feita supostamente por Monique e cita um possível envio da foto pela acusada à autora da postagem. "Houve desrespeito às obrigações impostas na decisão ora recorrida, na medida em que a acusada enviou foto pessoal (selfie) para pessoa que não tinha permissão para fazer contato, já que está apenas autorizada a estabelecer contato com familiares e seus advogados."
Na manhã de segunda-feira (11), houve um protesto, no Centro do Rio, contra a decisão que concedeu a liberdade condicional. Leniel e Noêmia Camargo, avó do menino, estiveram presentes, assim como integrantes de movimento sociais e ONGs ligadas à casos de impunidade. Durante a manifestação, ele afirmou que não aceitava a soltura da ex-companheira.
"Não tem justificativa para Monique estar solta, para Monique estar em prisão domiciliar, assim como não tem para o Jairo. Será que isso aí é uma previsão para soltarem Jairo? Nós estamos aqui lutando por justiça. Monique tem que ficar presa, muito presa, e Jairo também", disse Leniel.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já havia entrado, no dia 8 de abril, com um recurso pedindo que a acusada retornasse à prisão. Conforme o documento, logo depois da sua soltura, Monique se envolveu em postagens veiculadas em suas redes sociais, mesmo após o juízo ter decretado que uma das condições para a soltura dela seria a proibição de publicações, "quaisquer que sejam elas", sob pena de restabelecimento da ordem prisional.
Monique deixou a cadeia por volta de 21h30 do dia 5 de abril. A juíza Elizabeth Machado Louro converteu a prisão preventiva em domiciliar. Com isso, ficou determinado que a acusada deve fazer uso de tornozeleira eletrônica "em residência distinta daquelas já utilizadas, onde o endereço deverá permanecer em sigilo e acautelado em cartório". Em um trecho do documento, assinado pela magistrada, ela pede que a ré, enquanto perdurar a monitoração, não fale com terceiros – com exceção apenas de familiares e integrantes de sua defesa.
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