Policia - Policiais civis, da 39 DP, na Pavuna, prenderam Julio Cezar Ramos Bernardo, um dos criminosos que roubaram e arrastaram de carro a aposentada Eci Coutinho Bella, de 72 anos, presa ao cinto de segurança, na Pavuna, Zona Norte do Rio, no ultimo sabado. Na foto, Alex Coutinho e a esposa Aline Rodrigues, filho e nora de Eci Coutinho Bella.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Familiares da dona Eci Coutinho Bella, de 72 anos, brutalmente arrastada por três quarteirões durante assalto na Pavuna, no sábado (9), compareceram à 39ªDP (Pavuna) na manhã desta quinta-feira (14) para formalizar o reconhecimento do suspeito preso pelo crime. Júlio Cezar Ramos Bernardo foi capturado na noite desta quarta-feira (13) e será transferido para o presídio ainda nesta quinta-feira.

O filho, Alex Coutinho, e a nora, Aline Rodrigues, da dona Eci, que estavam com ela no carro no momento do assalto, fizeram o reconhecimento do suspeito. Segundo a nora da vítima, o criminoso estava na delegacia com a mesma roupa que utilizava no dia do crime.

"Estou muito triste, com muita raiva, mas aliviada. Ainda falta um, nós queremos esse outro. É ele mesmo, não tenho dúvida nenhuma, fiquei de cara a cara com ele. É a mesma roupa do assalto, mesma roupa que ele tirou as fotos no celular do meu marido, a mesma roupa que ele chegou aqui na delegacia. Ele não me viu, mas eu queria muito que ele tivesse me visto, eu ia perguntar na cara dele se tem mãe, se tem avó", desabafou.

Alex contou estar com a sensação de que a justiça está sendo feita com a prisão de Júlio, já que foi ele quem dirigiu o carro que arrastou sua mãe por uma longa distância.

"A sensação é de justiça cumprida, eu não tenho como ficar feliz, mas a gente tem que contar com a justiça, e é o que começou acontecer. Não está completo ainda, porque falta o outro bandido, mas o principal foi preso, porque ele quem entrou no carro e saiu arrastando, o outro estava pilotando a moto. No momento, a gente ainda tá abalado, porque minha mãe foi operada, tá bem, mas está sentindo muita dor", disse.
 

Há a expectativa da prisão de um segundo homem envolvido no crime. Segundo a Civil, ele já foi identificado e os agentes da 39ª DP realizam diligências para localizar e prender o acusado.

Alex Coutinho tem grandes expectativas de que o segundo criminoso seja preso ainda nas próximas horas para que ele e a família possam voltar a dormir melhor e ainda ressalta que as cenas do ocorrido não saem de sua cabeça.

"Eu não tenho dormido, eu, minha esposa, meu irmão. As imagens não saem da minha cabeça, aquela cena da minha mãe, o carro saindo e minha mãe sendo arrastada, sendo puxado, com corpo para fora do carro e eu correndo atrás. Aquela cena, vocês não tem noção do que é isso, é algo muito duro, por isso eu tô falando que não tenho como me alegrar. Apesar dele ter sido preso, e eu queria muito isso, mas não tem como, eu não tô feliz, porque aconteceu o que aconteceu. E agora é esperar esse outro bandido ser preso. Eu acredito que ele vai ser preso também nas próximas horas.", destacou o filho de Dona Eci.

E ainda completa, relembrando as cenas de terror vividas por ele e pela família por conta da crueldade envolvida na ação dos criminosos. "A sensação de revolta é muito grande, ele não tinha motivo para fazer o que ele fez, nós não oferecemos nenhum tipo de resistência a ele. Ele colocou um revólver na minha cabeça, eu sai do carro, ele me jogou no chão, me empurrou. Minha filha de 7 anos estava atrás do banco do motorista, minha mãe no meio, meu filho de 14 anos outro lado, e minha mulher no carona, ninguém ofereceu resistência a ele. Ele fez isso por maldade, covardia, sabe? Não tem como eu chegar perto dele, eu certamente eu ia colocar para fora tudo que eu tô sentindo, não tenho dúvida disso".
Aline Rodrigues também contou que na ocasião, tinha a certeza de que havia perdido a sogra durante o assalto e assume que tentou reagir para salvá-la, mas sem sucesso.

"Ele fez muita ruindade com a minha família, ele poderia ter matado a minha sogra. Eu vi minha sogra morta, eu vi minha filha pulando (do carro) morta. Eu ouço a voz dele e parece que vou ficar maluca, eu ouço a voz dele no meu ouvido 24h por dia. Eu tentei tirar minha sogra duas vezes e nas duas ele bateu no meu braço. Quando ele me bateu, eu dei um soco no braço dele, a arma caiu no chão e eu peguei a arma junto com ele, só que ele foi mais rápido".

Revoltada, ela fala sobre as fotos tiradas pelo criminoso logo após o assalto, enquanto a família ainda estava desesperada com a situação da matriarca.

"Depois do assalto, ele estava lá sorrindo, tirando foto sorrindo com a namorada dele, enquanto minha sogra estava no hospital, enquanto meu marido e meu cunhado estavam em desespero, minha filha gritando, ele estava feliz com a namorada dele, isso não é gente".
* Colaborou Reginaldo Pimenta