Inspirada em São Francisco, a FSFA atua em iniciativas que favoreçam a natureza Iva Castro Pixabay

Rio - A humanidade está descobrindo o que a natureza sempre soube: existe um caminho viável, sempre. E quanto mais nos aproximamos da natureza, mais os caminhos se fortalecem sem prejuízo ao crescimento das cidades e da tecnologia.
A Fundação de Biodiversidade São Francisco de Assis - FSFA, criada em 1989, tinha como missão, à época de seu srugimento, a criação e o resgate de animais, principalmente cachorrros. Com o aumento da consciência sobre meio ambiente, a insitutição acabou abrindo um guarda-chuva de ações nesse sentido, e há dois anos atua na proteção da biodiversidade, o fortalecimento de metas de sustentabilidade nos debates do desenvolvimento econômico do Estado do Rio de Janeiro e na gestão do Fundo da Mata Atlântica.
O biólogo Camilo de Souza, há um ano na presidência da FSFA, não descarta a importância da proteção animal, mas diz que a intenção é fazer mais. "Nossa ideia é trazer mais a Fundação para a área ambiental, aliando o desenvolvimento econômico ao ambiental. Tanto que mudamos o nome. Chamamos agora Fundação Assistencial e de Apoio à Biodiversidade São Francisco de Assis. Queremos trazer o que pregava São Francisco e sermos a personificação dele: ser assistencialista, mas também ser de biodiversidade", explica.
Com parcerias importantes no estado, como a Coppe/UFRJ e a Mitra Arquiepiscopal, a fundação está envolvida nas discussões sobre o desenvolvimento econômico do Rio, inclusive participando da elaboração de um documento que envolve profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, além de prefeituras, empresários e representantes da sociedade civil para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio.
A intenção é criar uma agenda que vai de 2022 até 2026 para impulsionar o crescimento do Rio com iniciativas nas áreas de logística, infraestrutura econômica, inovação e serviços tecnológicos e, claro, sustentabilidade.
"Entramos nesse debate para representar a questão ambiental. Muitos ainda enxergam isso como um entrave para o desenvolvimento. Queremos deixar claro que é o contrário: a sustentabilidade é uma aliada para fazer tudo avançar. Com isso, conseguimos acrescentar ao projeto da Secretaria de Desenvolvimento os objetivos da Rio 30, os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, entre outros pontos importantes para o desenvolvimento sustentável."
Como atua a Fundação
A FSFA insere sua missão de promover a sustentabilidade para entidades de âmbito público/governamental ou privada, que necessitem de apoio ou assessoria técnica para o desenvolvimento de diversos projetos, por meio de um gerenciamento que possam levar aos melhores resultados, através da utilização dos recursos que podem ser empregados junto à Fundação.
Rio+30
O encontro Rio 30 acontece este ano. Entre 17 e 19 de outubro, aqui no Rio, se reúnem ativistas, especialistas e lideranças para debater políticas públicas sobre geração de sustentabilidade e justiça social.
Paralelo a isso, na Itália vai acontecer o 8º Fórum Global do Pacto de Milão, com o propósito de discutir políticas, planos e regulamentos para encorajar sistemas alimentares equitativos e sustentáveis.
A expectativa é que o encontro do Rio reúna mais de 2 mil pessoas. Os debates e painéis se dividirão entre diversos espaços: Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (MAR), Praça Mauá, Prédio do Touring Clube, AquaRio, Pedra do Sal, Largo da Prainha, Cais do Valongo, Aeroporto Santos Dumont e Rodoviária do Rio, além de três armazéns do Cais do Porto.
O númnero 30 refere-se aos 30 anos desde a realização da Eco-92, o icônico evento na Cidade do Rio que deu o pontapé inicial em muitas discussões ambientais que se desemvolveram ao longo dessas três décadas.
Fundo da Mata Atlântica
O Fundo da Mata Atlântica (FMA), importante conquista para o meio ambiente do Estado do Rio de Janeiro, passará a ser gerido pela Fundação São Francisco de Assis. O FMA, implantado efetivamente em 2009, é composto de recursos financeiros oriundos de atividades empresariais, determinados pela Compensação Ambiental, conforme previsto na política do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
O FMA é um mecanismo operacional e financeiro que permite uma execução mais ágil, eficiente e transparente dos projetos voltados para as unidades de conservação – parques, reservas biológicas, estações ecológicas e outras – do Rio de Janeiro, com recursos de compensações ambientais e outras verbas.
"A gestão do Fundo implica em revitalizar, requalificar e potencializar prioritariamente as Unidades de Conservação do Rio de Janeiro. Áreas verdes que precisam ser recuperadas, áreas de conservação que precisam ter sua estrutura melhorada para ter visitação. Usar esses recursos para zelar pela conservação das nossas belezas naturais. Estamos em um lugar lindo. Temos que aproveitar as belezas deste estado", explica o presidente da FSFS, Camilo de Souza.
Os 17 ODS
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um apelo universal da Organização das Nações Unidas (ONU) à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar paz e prosperidade. Eles nasceram na Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio 2012).
Os ODS incluem áreas que estão na ordem do dia, como a mudança climática, desigualdade econômica, inovação, consumo sustentável, paz e justiça, entre outras prioridades. Muitas vezes, a chave para o sucesso de um envolverá questões associadas ao outro. São elas:
1. Erradicação da pobreza.
2. Fome zero e agricultura sustentável.
3. Saúde e bem-estar.
4. Educação de qualidade.
5. Igualdade de gênero.
6. Água limpa, saneamento.
7. Energia limpa e acessível.
8. Trabalho de decente e crescimento econômico.
9. Inovação de infraestrutura.
10. Redução das desigualdades.
11. Cidades e comunidades sustentáveis.
12. Consumo e produção responsáveis.
13. Ação contra a mudança global do clima.
14. Vida na água.
15. Vida terrestre.
16. Paz, justiça e instituições eficazes.
17. Parcerias e meios de implementação.