Fraude no comprovante de vacinação pode gerar multa de até R$ 37 mil Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio - O prefeito Eduardo Paes confirmou, no início da tarde desta segunda-feira, que irá suspender a cobrança do passaporte vacinal na cidade do Rio. A desobrigação do documento foi recomendada mais cedo pelo atender a recomendação do Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19 (CEEC), que considerou o panorama epidemiológico atual "favorável e estável" no município.
"Será suspenso o passaporte da vacina por recomendação do Comitê Científico!", compartilhou Paes, em sua conta no Twitter. 
De acordo com o CEEC, a recomendação tem como base os números atuais da pandemia na cidade. Nesta segunda-feira, o Painel Rio Covid-19 indica que apenas nove pessoas estão internadas na rede pública em leitos dedicados à tratar pacientes com o coronavírus. Na última semana epidemiológica, entre os dias 15 e 22, apenas 6% dos testes diagnósticos deram positivo para o vírus. 
Em queda desde o fim de janeiro, o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) caiu quase pela metade no comparativo entre a última semana e a anterior. Segundo o painel da SMS, o número era de 12.284 e foi para 6.196 na última semana. Esse é o menor patamar desde a segunda semana de pandemia, ainda em março de 2020. 
A pesquisadora em Saúde da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Chrystina Barros, concorda com a justificativa epidemiológica dada pelo comitê, mas diz que é preciso lembrar do caráter educacional do passaporte vacinal. "Tirar a obrigatoriedade do passaporte pode significar que as pessoas esqueçam, por completo, que estamos em uma pandemia e precisamos atender a doses de reforço. Isso representa um risco porque precisamos manter toda a população com um nível de proteção igual", comenta.
Crystina lembra ainda de outras doenças que voltaram a apresentar surtos após terem sido consideradas erradicadas. "Vamos destacar que sempre que uma doença começa a ficara menos frequente as pessoas esquecem da sua gravidade. Foi assim com o Sarampo. Conseguimos avançar com uma cobertura vacinal que nos trouxe a erradicação do Sarampo e, na medida que ele foi erradicado e a vacinação começou a cair, o vírus voltou a circular. Então, esse é o grande risco", avaliou.
Falta de doses
Durante a reunião do CEEC, os especialistas também falaram sobre a atual falta de doses do imunizante Pfizer que tem impedido o avanço da imunização na capital. "Ratificamos a urgência do envio de novas doses de Pfizer pelo Ministério da Saúde ao Município do Rio", disse o comitê, que reforçou a necessidade de a SMS reivindicar ao órgão federal a definição de prazo e a garantia de entrega das remessas.
Segundo números da secretaria, até o momento,  62,3% da população adulta (3.289.868), com mais de 18 anos, já recebeu a terceira dose da vacina contra covid-19. A segunda dose de reforço, ou quarta dose, que está sendo aplicada na população com 80 anos ou mais, será ampliada para a população com idade a partir de 60 anos no próximo dia 4 de maio. Pouco mais de 80 mil idosos já receberam a dose extra, o que representa 36,4% da população nessa faixa.