Demerson D'alvaro foi o destaque do desfile da escolas de samba do Rio de Janeiro, encarnando Exu no comissão de frente da campeã Grande Rio.Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
O projeto de lei foi protocolado na última quarta-feira, dia 27, um dia após o primeiro título da Grande Rio, como campeã do Carnaval carioca. A escola de Duque de Caxias, levou a história de Exu para a avenida, abordando temas como intolerância religiosa e preconceito. O orixá, representado pelo ator Demerson D’Alvaro, que esteve na comissão de frente da escola e um dos destaques do desfile, evidenciou o racismo religioso e toda a hostilidade às religiões de matriz africana.
De acordo com o vereador, a forma como a Grande Rio trouxe a figura do orixá foi feita com muito brilhantismo, não só em termos visuais e musicais, mas uma mensagem muito forte que envolveu todos que acompanhavam o desfile levantando a Sapucaí. Para Átila, a intolerância religiosa está cada vez mais presente, onde por muitas vezes, por medida de segurança, muitas pessoas deixarem de expressar sua fé, especificamente ao orixá e a exu.
“Ali foi quase como um grito pela liberdade religiosa, contra o preconceito de quem estava falando assim ‘olha eu quero ter a liberdade de poder cultuar o meu Exu sem sofrer preconceito, sem dizer que sou adorador do demônio, sem medo de assumir isso publicamente a sociedade’. Aquilo foi de alguma forma o que estava entalado na garganta porque nós estamos passando por um momento em que as pessoas estão sofrendo agressão física pela sua fé”, disse Átila
A Mãe de Santo Carla de Oxum, reforçou a extrema necessidade do projeto devido aos casos de intolerância religiosa.
"Diariamente um irmão de crença denuncia que a sua casa ou um dos seus filhos sofreu um ataque nas redes sociais, ou pessoalmente. Estamos cansados de tratarem os nossos exus como demônios, quando, na verdade, o preconceito é o verdadeiro mal da sociedade", afirmou mãe Carla.
O projeto de lei foi protocolado na última quarta-feira e após aprovado, em duas votações pelo Plenário da Câmara Municipal do Rio, seguirá para sanção do prefeito Eduardo Paes.
Outro caso de intolerância religiosa
Dois dias após o feriado em homenagem a São Jorge, a imagem do santo, localizado na Praça Chafariz, em Irajá, na Zona Norte do Rio, foi destruída na madrugada desta segunda-feira, dia 25. A Polícia Civil investiga o caso.
Segundo Átila Nunes, relator da CPI da Intolerância Religiosa na Assembleia do Rio, o caso foi encaminhado para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga o caso.
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