Deputados realizaram vistoria no ramal de JaperiDivulgação
"Na estação Deodoro, as pessoas saem correndo para pegar outra plataforma para embarcar em outro trem expresso que vai para a Central do Brasil. É um deslocamento desnecessário. Queremos fazer esse levantamento para que, no relatório final, a gente possa apontar que a Supervia é a grande responsável por esse serviço precário. Vou solicitar essa excepcionalidade, para que esse decreto não vigore nos transportes públicos, já que comércio, indústria e serviços já estão sendo normalizados. É uma demanda antiga da população de Santa Cruz, são mais de duas horas no trem", explicou Lucinha.
O funcionamento do trem expresso foi interrompido durante a pandemia. "Essa mudança foi autorizada pelo decreto que regulamentou o estado de calamidade pública, para tentar cumprir o distanciamento social que era necessário naquele momento", disse Murilo Leal, presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias (Agetransp).
Integrante da comissão, o deputado Luiz Paulo (PSD) ressaltou que identificou os mesmos problemas verificados na vistoria realizada na última segunda-feira (25) no ramal Santa Cruz - lixo nas margens da linha férrea, buracos nas paredes, dormentes em mau estado, falta de acessibilidade. De acordo com o parlamentar, o serviço ofertado à população fluminense não justifica o valor cobrado pela passagem.
"Nas estações de Santa Cruz, nem banheiro tem. O sistema de drenagem está todo entupido, há um matagal imenso e muita sujeira. O ramal ferroviário é o que organiza o transporte na Região Metropolitana, e com esse transporte precário há perdas de emprego e consequentemente queda no desenvolvimento econômico e social. O Pacto RJ deveria investir recursos para reestruturar o sistema ferroviário", afirmou Luiz Paulo.
A atuação da CPI dos Trens conteve o aumento de 40% no preço da passagem. O deputado estadual Waldeck Carneiro (PSB), relator da comissão, disse que o governo do estado precisa inspecionar a qualidade do serviço prestado pela Supervia. "É necessário que haja uma fiscalização rigorosa e qualificada na concessão. A Agetransp, em sessão da CPI, afirmou que só conta com dez fiscais em convênio com a Central Logística para fiscalizar 270 quilômetros de malha ferroviária e 104 estações. O interesse público do usuário, do trabalhador que pega o trem diariamente não está sendo levado em conta".
Também participaram da vistoria as deputadas Martha Rocha (PDT) e Enfermeira Rejane (PCdoB), além do deputado Eliomar Coelho (PSol).
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