A cidade do Rio opera com veículos com idade média próxima a sete anos Reprodução

Rio - A degradação do sistema municipal de transportes do Rio foi discutida, nesta terça-feira (3), em reunião com integrantes da Procuradoria do Município, o Ministério Público e o Rio Ônibus. Em crise, acelerada pela pandemia, onde o déficit de arrecadação, desde março de 2020, já atingiu R$ 2,5 bilhões, o setor tenta negociar um auxílio com o município. Nesta nova rodada de negociação, porém, o Rio Ônibus e a prefeitura não chegaram a um consenso. Uma nova audiência de conciliação foi marcada para a próxima segunda-feira (9).
De acordo com o Ministério Público, os promotores de Justiça que participaram da reunião apresentaram uma proposta de solução, que é a caducidade do contrato de concessão de prestação do serviço concedido de transporte público por ônibus na capital fluminense. Pela proposta apresentada, o término do contrato seria antecipado em seis anos, extinguindo-se em 2024, para viabilizar nova licitação do serviço.
Os concessionários, porém, não aceitaram essas condições e ficaram de apresentar uma contraproposta até segunda-feira que vem. Em 2019, uma ação civil pública ajuizada em 2019 contra o município e os consórcios Transcarioca, Internorte, Santa Cruz e Intersul, o MP pediu a decretação da caducidade dos contratos de concessão e a realização de uma nova licitação para o serviço de ônibus municipal, do BRT e de bilhetagem eletrônica, proibindo a participação de qualquer sócio, familiar ou consórcio réu em novo certame.
A Procuradoria do Município do Rio informou que as negociações para um eventual acordo entre o município, as empresas de ônibus e o Ministério Público seguem em andamento.
O porta-voz do Rio ônibus, Paulo Valente, espera que a nova audiência chegue a um consenso: “O fato de ter sido agendada uma nova reunião para semana que vem mostra que as negociações estão evoluindo e nós esperamos, realmente, que chegue a bom termo para população possa voltar a ter o transporte com a qualidade que ela quer e merece”.
A cidade do Rio opera com veículos com idade média próxima a sete anos e dezenas de linhas foram suspensas. O sistema de transporte municipal contava com 45 empresas em 2010. Hoje, restam 29. Dessas, 11 empresas e três consórcios entraram em recuperação judicial.