Adriana Belém passou a noite desta terça-feira na Corregedoria da Polícia Civil e nesta manhã foi transferida para o Instituto Penal Oscar Stevenson, presídio em BenficaReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - A Justiça do Rio decidiu manter a prisão da delegada Adriana Belém durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (11). Desta forma, ela permanecerá no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Além disso, a juíza Daniele Lima Pires Barbosa converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, após a apreensão de cerca de R$ 1,8 milhão no apartamento da delegada durante operação deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta terça-feira (11). A magistrada negou o requerimento da defesa para o relaxamento da prisão e concessão de liberdade provisória.
"Indefiro os pedidos de relaxamento da prisão e liberdade provisória e converto a prisão em flagrante de Adriana Cardoso Belém em prisão preventiva, como forma de garantia da Ordem Pública, nos termos do artigo 312 do cpp", dizia um trecho da decisão.
A juíza considerou haver provas para a manutenção da prisão da delegada em razão dos "vultosos valores em espécie apreendidos em sua residência". A magistrada ressaltou também que o dinheiro encontrado "ensejou o pedido de prisão preventiva acolhido pelo juízo da 1ª Vara Criminal Especializada".
Negado pedido de revogação do mandado de prisão
Também durante a audiência, ao analisar o mandado de prisão expedido na terça-feira (10), Daniele Barbosa negou o pedido da defesa da delegada Adriana Belém para revogação da prisão ou, então, a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar. Em sua manifestação, o Ministério Público pediu a manutenção da prisão.
Na decisão, a juíza entendeu que o mandado de prisão é válido e que não houve qualquer alteração em relação à decisão que motivou sua expedição, sendo, por isso, vedado ao juízo da Central de Audiência de Custódia avaliar pedido de liberdade ou substituição da prisão por outra medida.
Adriana foi nomeada mês passado para um cargo na Secretaria Municipal de Esporte do Rio. De acordo com o portal da transparência, o salário dela é de R$ 8.345,14. Ela foi exonerada nesta quarta pelo prefeito Eduardo Paes.
Para os promotores de Justiça, o valor encontrado na residência de Belém é um forte indício de lavagem de dinheiro. Na decisão, o juiz Bruno Monteiro Ruliere também disse que o dinheiro achado na casa da delegada significa que ela tem forte ligação com a organização criminosa investigada na operação. Ele escreveu ainda que sua liberdade pode culminar em possíveis ocultações de provas ou "embaraços aos atos de instrução criminal".