A cidade do Rio opera com veículos com idade média próxima a sete anos Reprodução

Rio - Ainda não foi batido o martelo sobre um possível acordo entre integrantes do Rio Ônibus, que representa os empresários, e a Prefeitura do Rio quanto à degradação do sistema municipal de transportes da cidade. Uma nova audiência de conciliação entre as partes, com mediação do Ministério Público, vai ocorrer na próxima quinta-feira (19). Em crise, acelerada pela pandemia, onde o déficit de arrecadação, desde março de 2020, já atingiu R$ 2,5 bilhões, o setor tenta negociar um auxílio com o município.
Pela proposta apresentada, o término do contrato seria antecipado em seis anos, extinguindo-se em 2024, para viabilizar nova licitação do serviço. Os concessionários, porém, não aceitaram essas condições e ficaram de apresentar uma contraproposta.
Por meio de nota, a Procuradoria do Município do Rio informou que as negociações para um eventual acordo entre o município, as empresas de ônibus e o Ministério Público seguem em andamento e tiveram, na audiência de conciliação desta sexta, um "significativo avanço". O Ministério Público informou que, novamente, não houve um consenso entre os envolvidos. Também por nota, o Rio Ônibus disse que: "Os consórcios continuam trabalhando nas negociações com o poder público e esperam que as próximas reuniões resultem em medidas práticas, efetivas e urgentes que possibilitem a recuperação do setor a médio prazo".
Estado de greve
Ainda sem nenhuma proposta apresentada pelas empresas de ônibus e nem pela prefeitura, os cerca de 20 mil rodoviários continuam em estado de greve enquanto aguardam julgamento pelo Tribunal Regional do Trabalho(TRT), do dissídio da categoria relativo aos anos 2020/2021 e 2021/2022. Para Sebastião José da Silva, presidente do Sindicato dos Rodoviários, a categoria está "vivendo de incertezas".
"Mais uma vez, pediram para aguardarmos até o dia 19 sobre uma posição final. Quero que fique claro que no dia 19, caso não haja uma definição, o tribunal terá que julgar a greve da categoria", disse Silva.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários lembra ainda que a categoria está há três anos sem reajuste de salários, cesta básica e demais benefícios.
“Não estamos pedindo nada de ilegal, já que a categoria tem direito ao reajuste. Sabemos da insatisfação de todos, mas não podemos contribuir para que a população pague por uma conta que não é dela e nem nossa”, justificou. 
A cidade do Rio opera com veículos com idade média próxima a sete anos e dezenas de linhas foram suspensas. O sistema de transporte municipal contava com 45 empresas em 2010. Hoje, restam 29. Dessas, 11 empresas e três consórcios entraram em recuperação judicial.