Policial Civil foi morto por militares da MarinhaReprodução

Rio - Uma câmera de segurança localizada na Praça da Bandeira, Zona Norte da cidade, gravou o momento em que Lourival Ferreira de Lima, 67 anos, pai do militar da Marinha Bruno Santos de Lima, de 41— ambos envolvidos na morte do policial civil Renato Couto, recolhe cápsulas de bala do chão onde inicialmente aconteceu o crime. No vídeo, é possível ver Lourival de blusa preta no canto superior direito abaixando e pegando os objetos na calçada. Logo depois ele some da imagem.
Horas antes, entretanto, Renato teria discutido com Lourival, que é dono de um ferro-velho na região. Na ocasião, a vítima fazia uma obra, também na Praça da Bandeira, e, segundo as investigações, foi vítima de furtos. Na última sexta-feira (13) de manhã, o policial achou os materiais dele no estabelecimento de Lourival. Eles chegaram a entrar num acordo e as peças seriam devolvidas.
À tarde, ao retornar ao ferro-velho, Renato foi vítima de uma emboscada armada por Lourival, que chamou o filho Bruno, que é sargento da Marinha, e outros dois militares: o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares.
Os quatro tentaram, a força, colocar o policial civil dentro de uma van da Marinha. Renato teria resistido e entrado em luta corporal, mas acabou baleado por Bruno na perna e na barriga. Para se livrar do corpo, o quarteto resolveu jogar Renato, ainda com vida, no Rio Guandu, na altura do Arco Metropolitano. 
Quando começaram as investigações, os militares confessaram o crime. O juiz Rafael de Almeida Rezende, da Central de Custódias do Rio, converteu, nesta segunda-feira (16), a prisão deles e de Lourival em flagrante para preventiva. Na decisão, o magistrado ressaltou a violência do crime e "os sinais de premeditação na hora de praticá-lo".
Renato Couto foi enterrado nesta terça-feira (17) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Parentes e amigos acompanharam a cerimônia.