Ana Júlia Mathias foi morta pelo marido e teve seu corpo enterrado no quintal da casa onde eles moravam em Nova Iguaçu, na Baixada FluminenseReprodução Facebook
Engenheiro é preso acusado de matar a esposa e enterrar o corpo na própria casa
De acordo com o delegado Willian Batista, da 58ª DP (Posse), Jessé de Souza Cunha, de 44 anos, foi à polícia ao lado de familiares da vítima para registrar o caso como desaparecimento
Rio - A Polícia Civil prendeu em flagrante, nesta quarta-feira, um engenheiro acusado de matar a esposa no bairro Corumbá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De acordo com as investigações, o suspeito do feminicídio, identificado como Jessé de Souza Cunha, de 42 anos, enterrou o corpo da professora Ana Júlia Mathias, de 22 anos, em um cômodo da casa onde eles moravam. Ela estava desaparecida desde a tarde da última segunda-feira (16).
fotogaleria
O responsável pelas investigações, o delegado Willian Batista da 58ª DP (Posse), disse que Jessé foi à delegacia ao lado de familiares da vítima para registrar o caso como desaparecimento na terça-feira (17). Desconfiados da atitude do engenheiro, que tentava ajudar os parentes, os investigadores iniciaram diligências, como a busca por imagens, acompanhamento do celular da vítima e ida ao local onde moravam.
As provas apontavam que a mulher estaria na casa do casal, onde o homem estava ao longo dos dias de desaparecimento, apesar de o mesmo negar.
Segundo o delegado, as buscas seguiram ao longo de quarta-feira até Jessé prestar um novo esclarecimento. "Ele passou a ser confrontado com dados colhidos pela equipe, como atividade do cartão de ônibus da vítima e localização de seu celular, que apontavam que Ana Júlia esteve em casa após sair de uma escola municipal, onde trabalhava, no final da tarde de seu desaparecimento, permanecendo no local no mesmo período em que seu companheiro, o que era sempre negado pelo mesmo".
Após colher o depoimento do engenheiro, a polícia disse que familiares receberam uma ligação de outros parentes, apontando que o corpo da vítima poderia ser encontrado enterrado em um cômodo da casa de ambos que passava por reformas e que estava com muito barro.
Diante disso, agentes da 58ª DP (Posse) se deslocaram até o local, onde o corpo foi descoberto. Policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foram acionados e realizaram uma perícia na casa. Jessé foi autuado em flagrante pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. O engenheiro nega ser o autor do crime.
Willian Batista ainda disse que "durante todo o período em que Ana estava desaparecida, Jessé fingiu ajudar os parentes a localizá-la".
Amigos prestam homenagens
No Facebook, uma amiga fez um texto emocionado sobre Ana Júlia. "Uma menina cheia de sonhos, com força para correr atrás de tudo. Lembro da gente brincando quando crianças, você sempre foi assim, determinada, cheia de opinião, como eu estava com esperança de te acharem com vida. Sempre vibrava pelas suas vitórias mesmo de longe. Tia Priscila Mathias Thurler, muita força, nem imagino o tamanho da sua dor, estou com um nó na garganta. Que Deus possa conforta a senhora e toda a família".
Nos comentários da publicação, outros amigos manifestaram a dor da perda. "Venho aqui agradecer a todos que compartilharam. Mas, infelizmente a Ana, essa moça linda, cheia de vida e saúde, teve seus sonhos destruídos, foi covardemente assassinada. Foi encontrada sem vida. Peço oração por toda família e que Deus conforte o coração de todos familiares e amigos", escreveu um.
"Sem acreditar. Sinto como se fosse minha filha e eu tenho uma filha da mesma idade dela. Nó na garganta", lamentou outra.
Ainda não há informações sobre a data e horário do enterro de Ana Júlia.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.