'Vamos acabar com a caixa-preta do sistema de transporte', afirma prefeito Eduardo Paes
Aviso foi dado na manhã deste domingo (22) em coletiva de imprensa para explicar os pontos do acordo judicial assinado na sexta-feira (20) entre a Prefeitura e as empresas de ônibus
"Vamos acabar com a caixa-preta dos transportes", afirmou o prefeito Eduardo Paes - Cléber Mendes / Agência O Dia
"Vamos acabar com a caixa-preta dos transportes", afirmou o prefeito Eduardo PaesCléber Mendes / Agência O Dia
Rio - O prefeito Eduardo Paes - ao lado da secretária de Transportes, Maína Celidonio, e do procurador-geral do município, Daniel Bucar -, detalhou o acordo firmado entre a prefeitura, as empresas de ônibus e o Ministério Público do Estado (MPRJ) para possibilitar melhorias no sistema de transporte no Rio. A reunião aconteceu na manhã deste domingo (22), no Centro de Operações da Prefeitura. Segundo ele, a prefeitura está acabando com a caixa preta dos transportes na cidade do Rio de janeiro.
"Na prática, o que esse acordo possibilita é isso: transparência. Com esse acordo judicial, estamos de uma vez por todas acabando com a caixa-preta dos transportes no Rio de Janeiro. Agora estamos respaldados por um instrumento jurídico. É um ponto de virada na história do transporte na cidade."
De acordo com o plano detalhado por ele, 700 pontos de ônibus atualmente desatendidos voltarão a ter atendimento. Outra proposta é que haja serviços garantindo o atendimento das ligações nos bairros atualmente desatendidos. O prefeito, porém, fez questão de deixar claro que a melhora dos ônibus não vai acontecer do dia para a noite. "Não existe mágica. Não é pirlimpimpim. Vamos voltar a ter linhas de ônibus, mas não é amanhã, não é semana que vem. É algo que será feito em fases, de forma gradual e esperamos que até o segundo semestre a população comece a sentir as melhorias", afirmou Paes.
Entre outras coisas, no acordo assinado sexta-feira entre as partes, ficou acertado que a prefeitura assumirá a bilhetagem eletrônica e pagará um subsídio às empresas com base na quilometragem rodada, e não mais com base no número de passageiros transportados.
"Mudamos a lógica da remuneração das empresas. Estamos dando um incentivo para que tenhamos mais ônibus nas ruas. Quanto mais ônibus e mais quilômetros rodados, maior será o lucro das empresas. É claro que as empresas de ônibus têm obviamente interesse no lucro. E isso não é pecado nenhum. Faz parte da atividade. Faz parte do capitalismo ter lucro. O que não pode é ter cobiça e prejudicar a população. Invertendo essa lógica, estamos incentivando que se tenha mais ônibus rodando nas ruas. Antes, a lógica era aquela de quanto mais passageiro enlatado, espremido nos ônibus eu levar, mais eu ganho. A lógica agora será: quanto mais você rodar, mais linhas, mais ônibus na rua, mais dinheiro você vai ganhar", explicou o prefeito.
fotogaleria
Já sobre a manutenção do valor da passagem que, por enquanto, segue em R$ 4,05, o prefeito lembrou que isso só é possível porque o valor que seria referente ao reajuste necessário será então subsidiado pela prefeitura para que não seja repassado à população. Sobre isso, a secretária Maína Celidônio explicou: "Se fôssemos repassar o reajuste, o valor da passagem ficaria em R$ 5,80, o que é inviável para a população, ainda mais em um momento de crise, pandemia e tantas dificuldades. A prefeitura vai subsidiar o valor para que ele não recaia na população."
Sobre isso, Paes comentou: "É como diz o ditado: não existe almoço grátis, não é minha gente? O que acontece é que nesse esforço para não deixar que isso recaia sobre a população que já vem sofrendo tanto com os transportes, a cidade do Rio, que já tem despesas bastante volumosas com Educação, Saúde e tudo mais, passará a ter também no seu orçamento um valor bastante importante de recursos destinados a subsídios do sistema de transporte da cidade."
Pontos do acordo
Celidônio disse que a partir de junho a população já vai começar perceber uma pequena melhora nos ônibus que rodam na cidade. "O acordo começa a valer a partir de primeiro de junho. Então, a gente vai ter este período de pouco mais de uma semana para alinhar tudo."
No acordo firmado entre as partes, na última sexta-feira (20), na 8ª Vara de Fazenda Pública, a Prefeitura busca a regularização das linhas operantes, a retomada das linhas inoperantes e melhoria dos serviços noturnos; a manutenção do preço atual da passagem e o aumento da frota de ônibus circulante na cidade.
Segundo a secretária, foi definida uma rede prioritária para atendimento e será necessário o acréscimo de mais de mil ônibus nas ruas. Isso será dará em fases durante os próximos seis meses.
Os consórcios também se comprometeram a entregar a operação do BRT à MOBI-Rio; renunciaram à operação de bilhetagem e irão enviar para a Prefeitura todas as transações de bilhetagem feitas no sistema de transporte público de ônibus.
O prefeito anunciou também que está marcada para a próxima terça-feira (24) a nova licitação da Bilhetagem Digital. Ela acontecerá às 11h, em uma sessão pública, na Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP).
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.