Policial ferido foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas Marcos Porto/Agência O Dia

Rio - A megaoperação policial na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio, que deixou 22 pessoas mortas, sendo uma moradora, nesta terça-feira (24), foi a segunda mais letal da cidade. A primeira foi a que resultou em 28 mortes no Jacarezinho, incluindo a de um policial civil. A ação policial no Jacarezinho completou um ano na última quinta-feira (13). As mortes desta terça-feira, na Vila Cruzeiro, serão alvo de procedimento investigatório criminal pelo Ministério Público do Rio.

A operação policial nesta terça-feira começou de madrugada e, segundo a Polícia Militar, foi encerrada por volta das 16h40. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuaram conjuntamente na Vila Cruzeiro.

Ainda conforme a PM, a ação teve por objetivo localizar e prender lideranças criminosas que estão escondidas na comunidade, inclusive criminosos oriundos de outros estados do país (Amazonas, Alagoas, Pará entre outros).

Durante a operação, incluindo em área de mata, ocorreu confronto entre policiais e traficantes. Após cessarem os disparos, houve apreensão de 13 fuzis, quatro pistolas e 12 granadas, além de drogas a serem contabilizadas. Na localidade conhecida como Vacaria, mais de 20 veículos (motocicletas e carros) usados por criminosos em fuga foram apreendidos. A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada e fez uma perícia na região.

Sobre a operação no Jacarezinho

A Defensoria Pública alegou que houve indícios de execuções durante a operação que resultou em 28 mortes no Jacarezinho. Na ocasião, em um relatório de inteligência, a Polícia Civil chegou a divulgar que 25 dos mortos no Jacarezinho tinham antecedentes criminais.

As investigações feitas pela Força-Tarefa do Ministério Público se encerraram no último dia 11. Nela, 10 das 13 investigações foram arquivadas. Os arquivamentos estão relacionados a 24 das mortes. Já três agentes foram acusados pelo Ministério Público de execução; um quarto por fraude processual.

Também no último dia 11, uma placa de concreto com os nomes dos 28 mortos na Operação Exceptis, em maio do ano passado, foi retirada pela Polícia Civil do interior da comunidade do Jacarezinho. De acordo com o governo estadual, a placa foi retirada sob a justificativa de se tratar de apologia ao tráfico de drogas.