O policial civil Fabrini Costa Alves foi preso em sua casa, em Bom Jesus do Itabapoana, e levado à Chefia de Polícia, no Rio de JaneiroMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Um policial civil foi preso, na manhã desta segunda-feira (6), durante operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio. Além da prisão de Fabrini Costa Alves, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão em 11 endereços ligados a ele nas cidades de Bom Jesus do Itabapoana, Italva e Itaperuna, no Noroeste Fluminense.
O policial foi preso em casa, em Bom Jesus do Itabapoana, e levado para a Chefia de Polícia, no Rio de Janeiro, onde chegou por volta do meio-dia. Ele foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, agiotagem e fraude à licitação. De acordo com a denúncia do MP, Fabrini "dissimulou a utilização de bens e valores provenientes das infrações penais, adquiriu, recebeu, negociou e transferiu a propriedade de bens em Bom Jesus do Itabapoana".
As investigações revelaram que Fabrini era sócio de inúmeras empresas, possuía veículos luxuosos e morava em uma casa de alto padrão localizada no Centro de Bom Jesus do Itabapoana. Ao longo de 10 anos, ele teria realizado diversas ilegalidades com o intuito de aumentar seu patrimônio, que é incompatível com o salário de policial civil. Fabrini ainda manipulou parentes e pessoas próximas, constatou a investigação. A maioria das empresas do policial civil e de seus parentes era empresa de fachada.
Interceptação telefônica autorizada pela Justiça revelou também que o policial tinha clara proximidade com políticos da região. Segundo o MP, Fabrini era graduando em Medicina na Universidade Nova Iguaçu (UNIG), mas havia aparente incompatibilidade geográfica e temporal entre a graduação de Medicina, que é integral, e o desempenho da atividade de policial civil. Em 2016, quando ele supostamente iniciou a faculdade, em Itaperuna, estava lotado em Italva, Campos dos Goytacazes e Bom Jesus do Itabapoana, municípios distantes da sede da UNIG, em Nova Iguaçu.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Corregedoria-Geral (CGPOL) instaurou dois processos administrativos disciplinares contra o servidor e contribuiu com informações para a ação do Ministério Público. As investigações em relação à conduta do agente estão em andamento.
A UNIG informou, em nota nesta quinta-feira (9), que Fabrini não se formou em medicina na universidade. "A pessoa citada acima cursou, por apenas quatro períodos, de 2016 a 2018, o curso de medicina na Universidade Iguaçu.

Logo, o mesmo não concluiu a graduação, e nem é graduando, como tem sido noticiado pela mídia. A matrícula do aluno foi trancada após ele ter sido reprovado no 4° período, o que faz de Fabrício um desistente.

Trata-se de uma informação inverídica, e que pode trazer danos para a reputação desta Instituição".